sábado, 4 de agosto de 2012

Luís de Camões

O céu, a terra, o vento sossegado... 
As ondas, que se estendem pela areia... 
Os peixes, que no mar o sono enfreia... 

O nocturno silêncio repousado... 


O pescador Aónio que, deitado
Onde co vento a água se meneia,
Chorando, o nome amado em vão nomeia,
Que não pode ser mais que nomeado:

- Ondas - dizia - antes que Amor me mate,
Tornai-me a minha Ninfa, que tão cedo
Me fizestes à morte estar sujeita.

Ninguém lhe fala; o mar de longe bate;
Move-se brandamente o arvoredo;
Leva-lhe o vento a voz, que ao vento deita.

Luís de Camões






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