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terça-feira, 11 de outubro de 2022

Ninguém Soube. Ana Jácomo

_______________________________Ana Jácomo

NINGUÉM SOUBE 

Ninguém soube com exatidão o quanto você doeu. Ninguém soube o cansaço. Os dias compridos da tristeza que parecia não ir mais embora. O tamanho da incerteza. A angústia.

Ninguém soube como você se sentiu sozinho. Os medos que aconteceram. Os passos pesados no caminho. O quanto compreendeu outros tantos que sofriam a partir do próprio sofrimento.

Mas ninguém soube também o quanto teve coragem. O quanto se surpreendeu com a própria força que tinha, apesar de tanto. Como foi vitorioso cada segundo de superação. A lindeza de assistir o inverno virar flor devagarinho.

Ninguém soube as coisas todas que descobriu sobre você. Como tudo o que foi vivido se transformou em aprendizado. Como foi bom sentir os primeiros sorrisos. Abrir as janelas pra vida. Caminhar mais leve outra vez.

Ninguém soube o alívio de flagrar o território do coração arborizado de novo. A certeza de poder contar com você, além daqueles que não soltam a nossa mão por nada nesse mundo.

Ninguém soube o tamanho da conquista por atravessar seus desertos, vencer seus medos, transformar seus casulos, e se trazer até aqui.

Você sabe.

Orgulhe-se.

quarta-feira, 9 de junho de 2021

segunda-feira, 7 de junho de 2021

O que nos salva é a alegria. Ana Jácomo

O que salva a gente é a alegria. Um dia ser depois do outro depois do outro depois do outro, totalmente novo. A fé que suaviza as incertezas. A borboleta após o casulo. As miudezas. A poesia. 

O que salva a gente é mão na mão. Andar confortável pela vida com quem segue junto. A perseverança. A resiliência. A música tocando a vida de um jeito bom. A coragem. A companhia.

O que salva a gente da dureza do mundo é tudo aquilo que deixa o coração quentinho. Que é belo. Bom. Luminoso. Que nos faz respirar macio. Que faz sorriso. Que é amoroso. Que protege a alma do frio. 
Ana Jácomo

quinta-feira, 5 de julho de 2012

sábado, 16 de junho de 2012

Ana Jácomo

O que revela a nossa força não é sermos imbatíveis, incansáveis, invulneráveis. É a coragem de avançar, ainda que com medo. É a vontade de viver, mesmo que já tenhamos morrido um pouco ou muito, aqui e ali, pelo caminho. É a intenção de não desistirmos de nós mesmos, por maior que às vezes seja a tentação. São os gestos de gentileza e ternura que somente os fortes conseguem ter.


Ana Jácomo


sábado, 28 de abril de 2012

Ana Jácomo

Uma das mais saborosas sensações de liberdade que eu conheço é flagrar MEU CORAÇÃO FELIZ sem precisar de nenhum motivo aparente.
De vez em quando, a mente, que tantas vezes mente, me permite lembrar que essa felicidade essencial está o tempo todo disponível, preservada, por trás das nuvens que a negatividade infla. Rio e me sinto o mar.

Ana Jácomo





Rio de Janeiro - Fotografia Leonora Fink

terça-feira, 17 de abril de 2012

Surpresas risonhas do caminho - Ana Jácomo

Abençoadas sejam as surpresas risonhas do caminho. As belezas que se mostram sem fazer suspense. As afeições compartilhadas sem esforço. 

As vezes em que a vida nos tira pra dançar sem nos dar tempo de recusar o convite. As maravilhas todas da natureza, sempre surpreendentes, à espera da nossa entrega apreciativa. A compreensão que floresce, clara e mansa, quando os olhos que veem são da bondade.

Abençoados sejam os presentes fáceis de serem abertos. Os encantos que desnudam o erotismo da alma. Os momentos felizes que passam longe das catracas da expectativa. Os improvisos bons que desmancham o penteado arrumadinho dos roteiros da gente. Os diálogos que acontecem no idioma pátrio do coração.

Abençoada seja a leveza, meu Deus. Abençoadas sejam as dádivas generosas que vêm nos lembrar que viver pode ser mais fácil. Que amar e ser amado pode ser mais fluido. Que dá pra girar o dial. Que dá pra sair da frequência da escassez e sintonizar a estação da disponibilidade, onde alegrias já cantam, mas a gente não ouve.

Abençoadas sejam as dádivas que vêm nos lembrar, com alívio, que há lugares de descanso para os nossos cansaços. Que há lugares de afrouxamento para os nossos apertos. Que dá pra mudar o foco. Que não é tão complicado assim saborear a graça possível que mora em cada instante.

Abençoadas sejam as dádivas generosas que nos surpreendem. Elas não sabem o quanto às vezes, tantas vezes, nos salvam de nós mesmos.



Ana Jácomo





quinta-feira, 12 de abril de 2012

Ana Jácomo

Meu coração é totalmente desarmado.Se eu amo, amo mesmo.Se eu confio, confio mesmo. Mas, o tempo, o aprendizado que vem com as circunstâncias, têm me ensinado que inocência é coisa pra andar bem juntinho da sabedoria. Meu coração é desarmado, mas grande parte dos outros não é.

Ana Jácomo

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Ana Jácomo



Meu coração é totalmente desarmado. Se eu amo, amo mesmo. Se eu confio, confio mesmo. Mas, o tempo, o aprendizado que vem com as circunstâncias, têm me ensinado que inocência é coisa pra andar bem juntinho da sabedoria. Meu coração é desarmado, mas grande parte dos outros não é.


Ana Jácomo

segunda-feira, 5 de março de 2012

Ana Jácomo

‎O que prevalece agora é essa maneira nova de sentir a vida. Essa perspectiva que me faz admirar, incansáveis vezes, antigas preciosidades. Essa vontade de bendizer tantas maravilhas. Esse sentimento de gratidão pelas coisas mais simples que existem. Esse canal que escolho assistir com mais frequência. Esse jeito mais amigo de ouvir meu coração.

O que prevalece agora é essa apreciação mais desperta, que me permite reinaugurar flores e céus e pessoas no meu olhar. Essa graça que encontro, de graça, nos detalhes mais singelos. Essa vontade de contribuir. Esse desejo de brincar de roda.

O que prevalece agora é a confortável suposição de que, por trás de tantas e habituais nuvens, esse contentamento faz parte da nossa natureza perene.

Os problemas, os desafios, as limitações, não deixaram de existir. Deixaram apenas de ocupar o espaço todo. 



ANA JÁCOMO

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Ana Jácomo - Fragmento - No trem fantasma

Às vezes, não tem jeito: a gente precisa olhar e ver o que realmente há. Sem tentar tapar o sol com peneira. Sem ceder à tentação das miragens, por mais árido que seja o trecho da caminhada. Sem inventar as estratégias mais fajutas ou criativas para evitar o contato com o nosso sentimento. Sem fazer de conta que não estamos vendo. Não estamos sentindo. Não estamos apertando o coração. Às vezes, para seguir, precisamos parar. Para abrir espaço para os novos cultivos, precisamos limpar o terreno. Para construir, precisamos desconstruir: apegos, ilusões, crenças equivocadas, histórias que não são nossas. Para curar, precisamos olhar bem de perto algumas dores antigas, essas que a gente torce, torce, e continuam encharcadas. Essas que a gente muitas vezes prefere fingir que não sente mais. Essas sorrateiras, que nos surpreendem no primeiro instante em que nos desprevenimos. Precisamos seguir o rastro do nosso medo e descobrir onde ele começa, olhá-lo nos olhos como quem sabe que é maior do que ele, esvaziar a suposta força que nos acostumamos a lhe atribuir. (...) Às vezes, não tem jeito: a gente precisa olhar e ver o que realmente há. E quando começamos a fazer isso, com todo cuidado do mundo, bem devagar pra não assustar o medo, descobrimos que, embora nos apavorem, as nossas assombrações são feitas de fragilidade como aquelas criaturas horrendas do brinquedo da infância. Olhando de perto, nem são tão assustadores assim. O que faz com que pareçam tão convincentes, é a nossa insistência em continuar com os olhos fechados. Sim, olhar pode doer, no início, mas o que dói mais é seguir pela vida com a alma povoada por mentiras. Essas que nos impedem de estarmos vivos de verdade. (Ana Jácomo, do texto "No trem fantasma") -

sábado, 25 de fevereiro de 2012

O cheiro de Deus - Ana Jácomo

O cheiro de Deus

Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul. Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis. Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo. Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso. Ao lado delas, pode ser abril, mas parece manhã de Nat...al do tempo em quea gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel. Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra. Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda.Tocando com os olhos os olhos da paz. Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim. Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar. Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está conosco, juntinho ao nosso lado. E a gente ri grande que nem menino arteiro. Tem gente como você que nem percebe como tem a alma perfumada! E que esse perfume é dom de Deus.

Ana Jácomo

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Ana Cláudia Saldanha Jácomo

Ana Cláudia Saldanha Jácomo

(Para minha avó Edith)



Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher. O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.

Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul. Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis. Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo. Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso. Ao lado delas,pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.

Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra. Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda. Tocando com os olhos os olhos da paz. Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.

Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim. Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar. Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está dançando conosco de rostinho colado. E a gente ri grande que nem menino arteiro.

Costumo dizer que algumas almas são perfumadas, porque acredito que os sentimentos também têm cheiro e tocam todas as coisas com os seus dedos de energia. Minha avó era alguém assim. Ela perfumou muitas vidas com sua luz e suas cores. A minha, foi uma delas. E o perfume era tão gostoso, tão branco, tão delicado, que ela mudou de frasco, mas ele continua vivo no coração de tudo o que ela amou. E tudo o que eu amar vai encontrar, de alguma forma, os vestígios desse perfume de Deus, que, numa temporada, se vestiu de Edith, para me falar de amor.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Ana Jácomo

‎Ouço um passarinho cantar perto da cozinha. Não posso vê-lo, mas, porque canta, ele me alcança e perfuma a textura do meu instante.


Como o pássaro é o coração que ama: canta o seu perfume sem imaginar onde ele chega. E, ao amar, imperceptivelmente, ajuda a amaciar a textura do mundo.


Ana Jácomo

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Ana Jácomo

Que os sensíveis sejam também protegidos.
Que sejam protegidos todos os que veem muito além das aparências.
Todos os que ouvem bem para lá de qualquer palavra.
Todos os que bordam maciez no tecido áspero do cotidiano.

Ana Jácomo

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Ana Jácomo

‎É maravilhoso quando conseguimos soltar um pouco o nosso medo e passamos a desfrutar a preciosa oportunidade de viver com o coração aberto...
Ana Jácomo

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Ana Jácomo - Tomara

Tomara que os olhos de inverno das circunstâncias mais doídas não sejam capazes de encobrir por muito tempo os nossos olhos de sol. Que toda vez que o nosso coração se resfriar à beça, e a respiração se fizer áspera demais, a gente possa descobrir maneiras para cuidar dele com o carinho todo que ele merece. Que lá no fundo mais fundo do mais fundo abismo nos reste sempre uma brecha qualquer, ínfima, tímida, para ver também um bocadinho de céu. Tomara que os nossos enganos mais devastadores não nos roubem o entusiasmo para semear de novo. Que a lembrança dos pés feridos quando, valentes, descalçamos os sentimentos, não nos tire a coragem de sentir confiança. Que sempre que doer muito, os cansaços da gente encontrem um lugar de paz para descansar na varanda mais calma da nossa mente. Que o medo exista, porque ele existe, mas que não tenha tamanho para ceifar o nosso amor. Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria. Tomara que apesar dos apesares todos, dos pesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz. Tomara.

Ana Jácomo 

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Ana Jácomo

Amar é um desafio dos grandes e dos bons. 
Pede que a gente cresça junto e leve luz a um monte de sombras. 
Às vezes, a gente consegue; outras, não.
Uma história de amor é coragem de dois. 



Ana Jácomo.

sábado, 20 de agosto de 2011

Ana Jácomo

Tinha um jeito singular de fechar os olhos qunado experimentava emoção bonita, coisa de segundos e coisa imensa! Era como se os olhos quisessem segurar a lindeza do instante um bocadinho, o suficiente para levá-lo até o lugar onde o seu sabor nunca mais poderia ser perdido! Eu via, olhos do coração abertos e nunca mais perdi de vista o sabor desse detalhe! Porque quem ama vê miudezas com olhar suficiente para nunca mais se perderem!


Ana Jácomo