Elogio da Dialéctica - Bertold Brecht
A injustiça avança hoje a passo firme
Os tiranos fazem planos para dez mil anos
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são
Nenhuma voz além da dos que mandam
E em todos os mercados proclama a exploração;
isto é apenas o meu começo
Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem
Aquilo que nòs queremos nunca mais o alcançaremos
Quem ainda está vivo não diga: nunca
O que é seguro não é seguro
As coisas não continuarão a ser como são
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados
Quem pois ousa dizer: nunca
De quem depende que a opressão prossiga? De nòs
De quem depende que ela acabe? Também de nòs
O que é esmagado que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe ao que se chegou, que há aì que o retenha
E nunca será: ainda hoje
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã
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sábado, 13 de agosto de 2011
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Bertold Brecht - O ensina-me
O «Ensina-me»
Quando era novo, mandei fazer numa tábua
A canivete e nanquim a figura dum velho
A coçar-se no peito por causa da sarna
Mas de olhar implorativo porque esperava que o ensinassem.
Uma segunda tábua pra o outro canto do quarto,
Que devia representar um moço a ensiná-lo,
Nunca mais foi feita.
Quando era novo tinha a esperança
De encontrar um velho que se deixasse ensinar.
Quando for velho, espero
Que se encontre um moço e eu
Me deixe ensinar.
Bertold Brecht
Quando era novo, mandei fazer numa tábua
A canivete e nanquim a figura dum velho
A coçar-se no peito por causa da sarna
Mas de olhar implorativo porque esperava que o ensinassem.
Uma segunda tábua pra o outro canto do quarto,
Que devia representar um moço a ensiná-lo,
Nunca mais foi feita.
Quando era novo tinha a esperança
De encontrar um velho que se deixasse ensinar.
Quando for velho, espero
Que se encontre um moço e eu
Me deixe ensinar.
Bertold Brecht
Bertold Brecht
Nós pedimos com insistência:
Não digam nunca, isto é natural!
Diante dos acontecimentos de cada dia
Numa época em que reina a confusão.
Em que corre sangue
Em que se ordena a desordem.
Em que o arbitrário tem força de lei;
Em que a humanidade se desumaniza
Não digam Nunca: isso é natural.
Bertold Brecht
Não digam nunca, isto é natural!
Diante dos acontecimentos de cada dia
Numa época em que reina a confusão.
Em que corre sangue
Em que se ordena a desordem.
Em que o arbitrário tem força de lei;
Em que a humanidade se desumaniza
Não digam Nunca: isso é natural.
Bertold Brecht
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