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quarta-feira, 22 de junho de 2022

sábado, 2 de maio de 2015

Se todos os rios são doces - Pablo Neruda

Se todos os rios são doces - Pablo Neruda

Se todos os rios são doces, de onde o mar tira o sal?
Como sabem as estações do ano que devem trocar de camisa?
Por que são tão lentas no inverno e tão agitadas depois?
E como as raízes sabem que devem alçar-se até a luz e saudar o ar com tantas flores e cores?
É sempre a mesma primavera que repete seu papel?
E o outono?... ele chega legalmente ou é uma estação clandestina?

https://www.youtube.com/watch?v=jNIc9q1mHts

terça-feira, 4 de março de 2014

PABLO NERUDA - No hay pura Luz

PABLO NERUDA - No hay pura Luz

NO hay pura luz
ni sombra en los recuerdos:
éstos se hicieron cárdena ceniza
o pavimento sucio
de calle atravesada por los pies de las gentes
que sin cesar salía y entraba en el mercado.

Y hay otros: los recuerdos buscando aún qué morder
como dientes de fiera no saciada.
Buscan, roen el hueso último devoran
este largo silencio de lo que quedó atrás.

Y todo quedó atrás, noche y aurora,
el día suspendido como un puente entre sombras,
las ciudades, los puertos del amor y el rencor,
como si al almacén la guerra hubiera entrado
llevándose una a una todas las mercancías
hasta que a los vacíos anaqueles
llegue el viento a través de las puertas deshechas
y haga bailar los ojos del olvido.

Por eso a fuego lento surge la luz del día,
el amor, el aroma de una niebla lejana
y calle a calle vuelve la ciudad sin banderas
a palpitar tal vez y a vivir en el humo.

Horas de ayer cruzadas por el hilo
de una vida como por una aguja sangrienta
entre las decisiones sin cesar derribadas,
el infinito golpe del mar y de la duda
y la palpitación del cielo y sus jazmines.

Quién soy Aquél? Aquel que no sabía
sonreír, y de puro enlutado moría?
Aquel que el cascabel y el clavel de la fiesta
sostuvo derrocando la cátedra del frío?

Es tarde, tarde. Y sigo. Sigo con un ejemplo
tras otro, sin saber cuál es la moraleja,
porque de tantas vidas que tuve estoy ausente
y soy, a la vez soy aquel hombre que fui.

Tal vez es éste el fin, la verdad misteriosa.

La vida, la continua sucesión de un vacío
que de día y de sombra llenaban esta copa
y el fulgor fue enterrado como un antiguo príncipe
en su propia mortaja de mineral enfermo,
hasta que tan tardíos ya somos, que no somos:
ser y no ser resultan ser la vida.

De lo que fui no tengo sino estas marcas crueles,
porque aquellos dolores confirman mi existencia.




terça-feira, 28 de maio de 2013

Te Amo - Pablo Neruda

Te Amo - Pablo Neruda


http://www.youtube.com/watch?v=6ARalNn0OLM&feature=youtu.be


Te amo

te amo de una manera inexplicable, 

de una forma inconfesable, 

de un modo contradictorio. 


Te amo 

con mis estados de ánimo que son muchos, 

y cambian de humor continuamente. 

por lo que ya sabes, 

el tiempo, la vida, la muerte. 


Te amo... 

con el mundo que no entiendo, 

con la gente que no comprende, 

con la ambivalencia de mi alma, 

con la incoherencia de mis actos, 

con la fatalidad del destino, 

con la conspiración del deseo, 

con la ambigüedad de los hechos. 


Aún cuando te digo que no te amo, te amo, 

hasta cuando te engaño, no te engaño, 

en el fondo, llevo a cabo un plan, 

para amarte mejor. 


Te amo... 

sin reflexionar, inconscientemente, 

irresponsablemente, espontáneamente, 

involuntariamente, por instinto, 

por impulso, irracionalmente. 


En efecto no tengo argumentos lógicos, 

ni siquiera improvisados 

para fundamentar este amor que siento por ti, 

que surgió misteriosamente de la nada, 

que no ha resuelto mágicamente nada, 

y que milagrosamente, de a poco, con poco y nada 

ha mejorado lo peor de mí. 


Te amo, 

te amo con un cuerpo que no piensa, 

con un corazón que no razona, 

con una cabeza que no coordina. 


Te amo 

incomprensiblemente, 

sin preguntarme por qué te amo, 

sin importarme por qué te amo, 

sin cuestionarme por qué te amo. 


Te amo 

sencillamente porque te amo, 

yo mismo no sé por qué te amo.



domingo, 24 de fevereiro de 2013

Pablo Neruda

Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde, amo-te simplesmente sem problemas nem orgulho: amo-te assim porque não sei amar de outra maneira. 

Pablo Neruda

domingo, 27 de janeiro de 2013

Pablo Neruda - Si Tú Me Olvidas

Pablo Neruda - Si Tú Me Olvidas

http://www.youtube.com/watch?v=B8LxNEx1ETM&feature=youtu.be



SI TÚ ME OLVIDAS
QUIERO que sepas
una cosa.

Tú sabes cómo es esto:
si miro
la luna de cristal, la rama roja
del lento otoño en mi ventana,
si toco
junto al fuego
la impalpable ceniza
o el arrugado cuerpo de la leña,
todo me lleva a ti,
como si todo lo que existe,
aromas, luz, metales,
fueran pequeños barcos que navegan
hacia las islas tuyas que me aguardan.

Ahora bien,
si poco a poco dejas de quererme
dejaré de quererte poco a poco.

Si de pronto
me olvidas
no me busques,
que ya te habré olvidado.

Si consideras largo y loco
el viento de banderas
que pasa por mi vida
y te decides
a dejarme a la orilla
del corazón en que tengo raíces,
piensa
que en ese día,
a esa hora
levantaré los brazos
y saldrán mis raíces
a buscar otra tierra.

Pero
si cada día,
cada hora
sientes que a mí estás destinada
con dulzura implacable.
Si cada día sube
una flor a tus labios a buscarme,
ay amor mío, ay mía,
en mí todo ese fuego se repite,
en mí nada se apaga ni se olvida,
mi amor se nutre de tu amor, amada,
y mientras vivas estará en tus brazos
sin salir de los míos.



Foto © Leonora Fink 

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Pablo Neruda

‎(...) Amor dos meus amores,
terra pura,
quando volte
irei correndo à tua proa
de embarcação terrestre,

e assim navegaremos
confundidos
até que tu me cubras
e eu possa contigo, eternamente,
ser vinho que regressa em cada outono,
pedra de tuas alturas,
onda de teu marinho movimento!

Pablo Neruda, in: Tercer libro de las odas
(tradução Thiago de Mello)




Paraty. 2011.  Fotografia © Leonora Fink


sábado, 14 de julho de 2012

O teu riso - Pablo Neruda

O teu riso
(Pablo Neruda)

Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera , amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.






quarta-feira, 9 de maio de 2012

Pablo Neruda

‎Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde, amo-te simplesmente sem problemas nem orgulho: amo-te assim porque não sei amar de outra maneira.

Pablo Neruda

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Pablo Neruda

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E cai o verso na alma como relva o orvalho.
Que importa que meu amor não pudera guardá-la hoje comigo.
A noite está estrelada e ela não está comigo.



Pablo Neruda

Pablo Neruda

Amiga....eu sou o que te espera na estrelada noite
o que debaixo do sangrento sol poente te espera
o que cruzou os braços para te esperar , agora
estendido entre as ervas, eu sou o que espera!



Pablo Neruda

Pablo Neruda

Com a verdade fui solidário:
de instaurar a luz na terra.
Quis ser tão comum como o pão:
a luta não me encontrou ausente.
Porém aqui estou com o que amei,
com a alegria que perdia:
junto a esta pedra não repouso.
Trabalha o mar em meu silêncio.



Pablo Neruda

sábado, 21 de abril de 2012

Pablo Neruda

Ode ao amor 

Amor, não tenhamos ilusões.
Na minha idade
já não é possível
enganar ou enganarmo-nos.
Fui, talvez, salteador
de estradas,
mas não me arrependo.
Um profundo minuto,
uma magnólia esgarçada
pelos meus dentes
e a luz da lua opalina.
Pois bem, e o balanço?
A solidão manteve
a sua rede entrelaçada
de frios jasmineiros
e então
a que veio a meus braços
era a rosada rainha das ilhas.
Amor,
mesmo que caia
uma gota
durante toda
a nocturna
primavera
não se engendra o oceano
e eu, solitário e nu,
esperando fiquei.

Mas eis aquela
que passou pelos meus braços
como uma onda,
aquela,
que foi somente um sabor
de fruta vespertina,
subitamente
pestanejou como uma estrela,
ardeu como uma pomba
e na minha pele
senti que ela
se desatava
como a cabeleira duma fogueira.
Amor, tudo foi mais simples
desde aquele dia.
Obedeci às ordens
que o meu olvidado coração ordenava
e enlacei a sua cintura
e solicitei a sua boca
com toda a força dos meus beijos,
como um rei que arrebata
com um exército em fúria
uma pequena torre onde cresce
a açucena selvagem da sua infância.

Por isso, Amor, eu creio
que emaranhado e cruel
pode ser o teu caminho,
mas que regressas
da tua caçada
e quando acendes
novamente o fogo,
como o pão sobre a mesa,
assim, singelamente,
deve estar o que amamos.
Amor, isso me deste.
Quando pela primeira vez
ela veio a meus braços
passou como as águas
numa despenhada primavera.
Hoje
dou-lhe guarida.
São estreitas as minhas mãos pequenas
as órbitas dos meus olhos
para que elas possam receber
o seu tesouro,
a cascata
de infindável luz, o fio de ouro,
o pão da sua fragância
que são singelamente, Amor, a minha vida.



Pablo Neruda



domingo, 25 de março de 2012

Pablo Neruda - O teu riso

O teu riso

Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera , amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

Pablo Neruda
 


terça-feira, 20 de março de 2012

Pablo Neruda - PEDRAS DO CÉU

PEDRAS DO CÉU 

É áspera a americana cordilheira,
Nevada, hirsuta e dura,
planetária:
o azul dos azuis é ali que jaz,
o azul solidão, azul secreto,
o ninho do azul, o lápislázuli,
o esqueleto azul da minha pátria.

A mecha arde, cresce o estalido
e esmigalha-se então o peito à pedra:
depois do dinamite é ténue o fumo
e sob o fumo o ossamento azul
e os terrões da pedra ultramarina.

Oh catedral dos azuis enterrados,
pequeno abalo de cristal azul,
olho do mar coberto pela neve
uma outra vez à luz voltas da água,
ao dia, à pele clara
do espaço,
ao céu azul volta o terrestre azul.

Pablo Neruda
 




sábado, 17 de março de 2012

Pablo Neruda - Poesia

Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo...

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos,
quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece...

Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de
emoções justamente as que regatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu
trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atr´s de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa o dias queixando-se da sua má sorte ou
da chuva incessante.
Morre lentamente quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece ou
não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o
simples facto de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio
esplêndido de felicidade.

Pablo Neruda

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Pablo Neruda - Talvez Talvez

Talvez

Talvez não ser,
é ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando
o meio dia com uma
flor azul,
sem que caminhes mais tarde
pela névoa e pelos tijolos,
sem essa luz que levas na mão
que, talvez, outros não verão dourada,
que talvez ninguém
soube que crescia
como a origem vermelha da rosa,
sem que sejas, enfim,
sem que viesses brusca, incitante
conhecer a minha vida,
rajada de roseira,
trigo do vento,

E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos...

- Pablo Neruda

domingo, 29 de janeiro de 2012

Paco Ibañez [Pablo Neruda] 06 Para mi corazón basta tu pecho

Paco Ibañez [Pablo Neruda] 06 Para mi corazón basta tu pecho


http://www.youtube.com/watch?v=IiT28xdoiMA&feature=related


Para mi corazón basta tu pecho,
para tu libertad bastan mis alas.
Desde mi boca llegará hasta el cielo
lo que estaba dormido sobre tu alma.

Es en ti la ilusión de cada día.
Llegas como el rocío a las corolas.
Socavas el horizonte con tu ausencia.
Eternamente en fuga como la ola.

He dicho que cantabas en el viento
como los pinos y como los mástiles.
Como ellos eres alta y taciturna.
Y entristeces de pronto, como un viaje.

Acogedora como un viejo camino.
Te pueblan ecos y voces nostálgicas.
Yo desperté y a veces emigran y huyen
pájaros que dormían en tu alma.