As palavras
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparados, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
creis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugênio de Andrade, in Até Amanhã
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quinta-feira, 28 de março de 2013
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Eugênio de Andrade - Poesia
"Música, levai-me Música, levai-me:
Onde estão as barcas?
Onde são as ilhas?"
Eugênio de Andrade
Onde estão as barcas?
Onde são as ilhas?"
Eugênio de Andrade
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