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segunda-feira, 22 de novembro de 2021

O tempo.

"O tempo não é uma medida. Um ano não conta, dez anos não representam nada. Ser artista não significa contar, é crescer como a árvore que não apressa a sua seiva e resiste, serena, aos grandes ventos da primavera, sem temer que o verão possa não vir. O verão há de vir. Mas só vem para aqueles que sabem esperar, tão sossegados como se tivessem na frente a eternidade."

Rainer Maria Rilke

sábado, 22 de setembro de 2012


Rainer Maria Rilke

Extinguish my eyes, I'll go on seeing you.
Seal my ears, I'll go on hearing you.
And without feet I can make my way to you,
without a mouth I can swear your name.

Break off my arms, I'll take hold of you
with my heart as with a hand.
Stop my heart, and my brain will start to beat.
And if you consume my brain with fire,
I'll feel you burn in every drop of my blood.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Rainer Maria Rilke

Você é o futuro

Você é o futuro, o imenso céu da manhã
Avermelhando-se sobre as pradarias da eternidade.
Você é o galo cantando depois da noite do tempo,

o orvalho, as devoções primeiras, e a Filha,
o Convidado, a Mãe Primeva, e a Morte.

Você é a forma que muda sua própria forma,
Que salta sobre o destino, altaneira,
Pela qual ninguém clama, e que ninguém lamenta,
E que não é mais explorada que a lenha bruta.

Você é o sentido mais fundo dentro das coisas,
Que jamais revela o segredo de seu dono.
E como você se parece, depende de onde estamos:
De um barco, é praia; da praia, um barco.

Rainer Maria Rilke

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Rainer Maria Rilke IN Os cadernos de Malte Laurids Brigge

É verdade, não conhecemos a nossa força! Mas não será exatamente aquilo que é mais nosso o que menos conhecemos? Certamente aprendeu a iluminar o objeto amado com a luz do seu sentimento, em lugar de consumi-lo. 


Rainer Maria Rilke IN Os cadernos de Malte Laurids Brigge

domingo, 15 de abril de 2012

Rainer Maria Rilke

‎O amor é isso: duas solidões que se protegem, se tocam e se acolhem.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Rainer Maria Rilke

sábado, 17 de março de 2012

RAINER MARIA RILKE

Procure entrar em si mesmo. Investigue o motivo que o manda escrever; examine se estende suas raízes pelos recantos mais profundos de sua alma; confesse a si mesmo: morreria, se lhe fosse vedado escrever? Isto acima de tudo: pergunte a si mesmo na hora mais tranqüila de sua noite:"Sou mesmo forçado a escrever?" Escave dentro de si uma resposta profunda. Se for afirmativa, se puder contestar àquelapergunta severa por um forte e simples, então construa a sua vida de acordo com esta necessidade. Sua vida, até em sua hora mais indiferente e anódina, deverá tornar-se o sinal e o testemunho de tal pressão. Aproxime-se então da natureza. Depois procure, como se fosse o primeiro homem, a dizer o que vê, vive, ama e perde. (...)

RAINER MARIA RILKE
 

sexta-feira, 16 de março de 2012

Rainer Maria Rilke - Pensamento

Uma vez cada um, somente uma vez. Uma vez e nunca mais. E nós também, uma vez, jamais outra.
Porém este ter sido uma vez, ainda que apenas uma vez, ter sido terrestre, não parece nada insignificante.


Rilke 

Rainer Maria Rilke - Pensamento

Uma vez cada um, somente uma vez. Uma vez e nunca mais. E nós também, uma vez, jamais outra.
Porém este ter sido uma vez, ainda que apenas uma vez, ter sido terrestre, não parece nada insignificante.


Rilke 

sexta-feira, 2 de março de 2012

Rainer Maria Rilke

Quem ama precisa tentar se comportar como se tivesse um grande trabalho: deve ficar muito tempo sozinho, voltar-se sobre si, recompor-se e agarrar-se a si mesmo; precisa trabalhar; precisa tornar-se alguma coisa. 


Rainer Maria Rilke

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Rainer Maria Rilke

Be patient toward all that is unsolved in your heart and try to love the questions themselves. Do not now seek the answers, which cannot be given you because you would not be able to live them. And the point is to live everything. Live the questions.

Rainer Maria Rilke 

sábado, 17 de dezembro de 2011

Rainer Maria Rilke

Quem ama precisa, portanto, tentar se comportar como se tivesse um grande trabalho: deve ficar muito tempo sozinho, voltar-se sobre si e agarrar-se a si mesmo; precisa trabalhar; precisa tornar-se alguma coisa!


Rainer Maria Rilke

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Rainer Maria Rilke - Poesia

O mundo estava no rosto da amada -
e logo converteu-se em nada, em
mundo fora do alcance, mundo-além.

Por que não o bebi quando o encontrei
no rosto amado, um mundo à mão, ali,
aroma em minha boca, eu só seu rei?

Ah, eu bebi. Com que sede eu bebi.
Mas eu também estava pleno de
mundo e, bebendo, eu mesmo transbordei. Rainer Maria Rilke

(Tradução: Augusto de Campos)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Rainer Maria Rilke



Rainer Maria Rilke, em cartas a um jovem poeta


As coisas estão longe de ser tôdas tangíveis e dizíveis...a maior parte dos acontecimentos é inexprimível e ocorre num espaço em que nenhuma palavra jamais pisou.....E as obras de arte, seres misteriosos, cuja vida perdura, ao lado da nossa, efêmera.




                                                                                                                                                                                                                            
                                                                                           
                                                                                                                                                                                                                         Fotografia Leonora Fink - Pilastra Rodin - Pinacoteca do Estado de São Paulo



sexta-feira, 27 de agosto de 2010

RAINER MARIA RILKE - AS ELEGIAS DE DUÍNO - por Draco Durant

RAINER MARIA RILKE

AS ELEGIAS DE DUÍNO

Quem se eu gritasse, me ouviria pois entre as ordens
...
Dos anjos? E dado mesmo que me tomasse
Um deles de repente em seu coração, eu sucumbiria
Ante sua existência mais forte.
Pois o belo não é
Senão o início do terrível,
que já a custo suportamos,
E o admiramos tanto porque ele tranqüilamente desdenha
Destruir-nos.
Cada anjo é terrível.
E assim me contenho pois, e reprimo o apelo


De obscuro soluço.
Ah! A quem podemos Recorrer então?
Nem aos anjos nem aos homens,
E os animais sagazes logo percebem
Que não estamos muito seguros
No mundo interpretado.
Resta-nos talvez
Alguma árvore na encosta que diariamente
Possamos rever.
Resta-nos a rua de ontem
E a mimada fidelidade de um hábito,
Que se compraz conosco e assim fica e não nos abandona.
Ó e a noite, a noite, quando o vento cheio dos espaços
Do mundo desgasta-nos o rosto -, para quem ela não é sempre a desejada, Levemente decepcionante, que para o solitário coração
Se impõe penosamente.
Ela é mais leve para os amantes?
Ah! Eles escondem apenas um com o outro a própria sorte.
Não o sabes ainda?
Atira dos braços o vazio
Para os espaços que respiramos; talvez que os pássaros
Sintam o ar mais vasto num vôo mais íntimo.


Sim, as primaveras precisavam de ti.
Muitas estrelas
Esperavam que tu as percebesses.
Do passado
Erguia-se uma vaga aproximando-se, ou
Ao passares sob uma janela aberta,
Um violino se entregava.
Tudo isso era missão.
Mas a levaste ao fim?
Não estavas sempre
Distraído pela espera, como se tudo te ansiasse
A bem amada? (onde queres abrigá-la
Então, se os grandes e estranhos pensamentos entram
E saem em ti e muitas vezes ficam pela noite.)
Se a nostalgia te dominar, porém, cantas as amantes; muito
Ainda falta para ser bastante imortal seu celebrado sentimento.
Aquelas que tu quase invejaste, as desprezadas, que tu
Achaste muito mais amorosas que as apaziguadas. Começa
Sempre de novo o louvor jamais acessível;
Pensa: o herói se conserva, mesmo a queda lhe foi
Apenas um pretexto para ser : o seu derradeiro nascimento.
As amantes, porém, a natureza exausta as toma
Novamente em si, como se não houvesse duas vezes forças para realizá-las. Já pensaste pois em Gaspara Stampa
O bastante para que alguma jovem,
A quem o amante abandonou, diante do elevado exemplo
Dessa apaixonada, sinta o desejo de tornar-se como ela?
Essas velhíssimas dores afinal não se devem tornar
Mais fecundas para nós? Não é tempo de nos libertarmos,
Amando, do objeto amado e a ele tremendo resistirmos Como a flecha suporta à corda, para, concentrando-se no salto
Ser mais do que ela mesma?
Pois parada não vai há parte alguma.


Vozes, vozes.Escuta, coração como outrora somente
os santos escutavam: até que o gigantesco apelo
levantava-os do chão; mas eles continuavam ajoelhados,
inabaláveis, sem desviarem a atenção:
eles assim escutavam. Não que tu pudesses suportar
a voz de Deus, de modo algum. Mas escuta o sopro,
a incessante mensagem que nasce do silêncio.
Daqueles jovens mortos sobe agora um murmúrio em direção a ti.
Onde quer que penetraste, nas igrejas
De Roma ou de Nápoles, seu destino não falou a ti, tranqüilamente ?
Ou uma augusta inscrição não se impôs a ti
Como recentemente a lousa em Santa Maria Formosa.
Que eles querem de mim? Lentamente devo dissipar
A aparência de injustiça que às vezes dificulta um pouco
O puro movimento de seus espíritos.


Certo, é estranho não habitar mais terra,
Não mais praticar hábitos ainda mal adquiridos,
Às rosas e outras coisas especialmente cheias de promessas
Não dar sentido do futuro humano;
O que se era, entre mãos infinitamente cheias de medo
Não ser mais, e até o próprio nome
Deixar de lado como um brinquedo quebrado.
Estranho, não desejar mais os desejos.
Estranho,
Ver tudo o que se encadeava esvoaçar solto
No espaço. E estar morto é penoso
E cheio de recuperações, até que lentamente se divise
Um pouco da eternidade. - Mas os vivos
Cometem todos o erro de muito profundamente distinguir.
Os anjos (dizem) não saberiam muitas vezes
Se caminham entre vivos ou mortos. A correnteza eterna
Arrebata através de ambos os reinos todas as idades
Sempre consigo e seu rumor as sobrepuja em ambos.


Finalmente não precisam mais de nós os que partiram cedo,
Perde-se docemente o hábito do que é terrestre, como o seio materno
suavemente se deixa, ao crescer.Mas nós que de tão grandes
mistérios precisamos, para quem do luto tantas vezes
o abençoado progresso se origina - : poderíamos passar sem eles?
É vã a lenda de que outrora, lamentando Linos,
A primeira música ousando atravessou o árido letargo,
Que então no sobressaltado espaço, do qual um quase divino adolescente escapou de súbito e para sempre, o vazio entrou
naquela vibração que agora nos arrebata e consola e ajuda?





quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Rainer Maria Rilke - As elegias de Duíno

RAINER MARIA RILKE

AS ELEGIAS DE DUÍNO

Quem se eu gritasse, me ouviria pois entre as ordens 
Dos anjos? E dado mesmo que me tomasse
Um deles de repente em seu coração, eu sucumbiria
Ante sua existência mais forte.
Pois o belo não é
Senão o início do terrível,
que já a custo suportamos,
E o admiramos tanto porque ele tranqüilamente desdenha
Destruir-nos.
Cada anjo é terrível.
E assim me contenho pois, e reprimo o apelo


De obscuro soluço.
Ah! A quem podemos Recorrer então?
Nem aos anjos nem aos homens,
E os animais sagazes logo percebem
Que não estamos muito seguros
No mundo interpretado.
Resta-nos talvez
Alguma árvore na encosta que diariamente
Possamos rever.
Resta-nos a rua de ontem
E a mimada fidelidade de um hábito,
Que se compraz conosco e assim fica e não nos abandona.
Ó e a noite, a noite, quando o vento cheio dos espaços
Do mundo desgasta-nos o rosto -, para quem ela não é sempre a desejada, Levemente decepcionante, que para o solitário coração
Se impõe penosamente.
Ela é mais leve para os amantes?
Ah! Eles escondem apenas um com o outro a própria sorte.
Não o sabes ainda?
Atira dos braços o vazio
Para os espaços que respiramos; talvez que os pássaros
Sintam o ar mais vasto num vôo mais íntimo.


Sim, as primaveras precisavam de ti.
Muitas estrelas
Esperavam que tu as percebesses.
Do passado
Erguia-se uma vaga aproximando-se, ou
Ao passares sob uma janela aberta,
Um violino se entregava.
Tudo isso era missão.
Mas a levaste ao fim?
Não estavas sempre
Distraído pela espera, como se tudo te ansiasse
A bem amada? (onde queres abrigá-la
Então, se os grandes e estranhos pensamentos entram
E saem em ti e muitas vezes ficam pela noite.)
Se a nostalgia te dominar, porém, cantas as amantes; muito
Ainda falta para ser bastante imortal seu celebrado sentimento.
Aquelas que tu quase invejaste, as desprezadas, que tu
Achaste muito mais amorosas que as apaziguadas. Começa
Sempre de novo o louvor jamais acessível;
Pensa: o herói se conserva, mesmo a queda lhe foi
Apenas um pretexto para ser : o seu derradeiro nascimento.
As amantes, porém, a natureza exausta as toma
Novamente em si, como se não houvesse duas vezes forças para realizá-las. Já pensaste pois em Gaspara Stampa
O bastante para que alguma jovem,
A quem o amante abandonou, diante do elevado exemplo
Dessa apaixonada, sinta o desejo de tornar-se como ela?
Essas velhíssimas dores afinal não se devem tornar
Mais fecundas para nós? Não é tempo de nos libertarmos,
Amando, do objeto amado e a ele tremendo resistirmos Como a flecha suporta à corda, para, concentrando-se no salto
Ser mais do que ela mesma?
Pois parada não vai há parte alguma.


Vozes, vozes.Escuta, coração como outrora somente
os santos escutavam: até que o gigantesco apelo
levantava-os do chão; mas eles continuavam ajoelhados,
inabaláveis, sem desviarem a atenção:
eles assim escutavam. Não que tu pudesses suportar
a voz de Deus, de modo algum. Mas escuta o sopro,
a incessante mensagem que nasce do silêncio.
Daqueles jovens mortos sobe agora um murmúrio em direção a ti.
Onde quer que penetraste, nas igrejas
De Roma ou de Nápoles, seu destino não falou a ti, tranqüilamente ?
Ou uma augusta inscrição não se impôs a ti
Como recentemente a lousa em Santa Maria Formosa.
Que eles querem de mim? Lentamente devo dissipar
A aparência de injustiça que às vezes dificulta um pouco
O puro movimento de seus espíritos.


Certo, é estranho não habitar mais terra,
Não mais praticar hábitos ainda mal adquiridos,
Às rosas e outras coisas especialmente cheias de promessas
Não dar sentido do futuro humano;
O que se era, entre mãos infinitamente cheias de medo
Não ser mais, e até o próprio nome
Deixar de lado como um brinquedo quebrado.
Estranho, não desejar mais os desejos.
Estranho,
Ver tudo o que se encadeava esvoaçar solto
No espaço. E estar morto é penoso
E cheio de recuperações, até que lentamente se divise
Um pouco da eternidade. - Mas os vivos
Cometem todos o erro de muito profundamente distinguir.
Os anjos (dizem) não saberiam muitas vezes
Se caminham entre vivos ou mortos. A correnteza eterna
Arrebata através de ambos os reinos todas as idades
Sempre consigo e seu rumor as sobrepuja em ambos.


Finalmente não precisam mais de nós os que partiram cedo,
Perde-se docemente o hábito do que é terrestre, como o seio materno
suavemente se deixa, ao crescer.Mas nós que de tão grandes
mistérios precisamos, para quem do luto tantas vezes
o abençoado progresso se origina - : poderíamos passar sem eles?
É vã a lenda de que outrora, lamentando Linos,
A primeira música ousando atravessou o árido letargo,
Que então no sobressaltado espaço, do qual um quase divino adolescente escapou de súbito e para sempre, o vazio entrou
naquela vibração que agora nos arrebata e consola e ajuda ?