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domingo, 6 de maio de 2012

Celso Sim e José Miguel Wisnik - Tempo sem Tempo

Afinal, as coisas não são tão reais ou permanentes, nem tão terríveis, importantes ou lógicas como parecem. Joseph Campbell

Celso Sim e José Miguel Wisnik - Tempo sem Tempo




http://www.youtube.com/watch?v=ucwVXY2v1bw


vê se encontra um tempo 
pra me encontrar sem contratempo
por algum tempo
o tempo dá voltas e curvas
o tempo tem revoltas absurdas
ele é e não é ao mesmo tempo
avenida das flores
ea ferida das dores
e só então
se sopetão
entro e me adentro no tempo e no vento
e abarco e embarco no barco de Ísis e Osíris
sou como a flecha do arco do arco-íris
que despedaça as flores mais coloridas em mil fragmentos
que passa e de graça distribui amores de cristais totais sexuais celestiais
das feridas das queridas despedidas
de quem sentiu todos os momentos






quinta-feira, 1 de março de 2012

Celso Sim e José Miguel Wisnik - Tempo sem Tempo

Celso Sim e José Miguel Wisnik - Tempo sem Tempo




vê se encontra um tempo 

pra me encontrar sem contratempo

por algum tempo

o tempo dá voltas e curvas

o tempo tem revoltas absurdas

ele é e não é ao mesmo tempo

avenida das flores
ea ferida das dores
e só então
se sopetão
entro e me adentro no tempo e no vento
e abarco e embarco no barco de Ísis e Osíris
sou como a flecha do arco do arco-íris
que despedaça as flores mais coloridas em mil fragmentos
que passa e de graça distribui amores de cristais totais sexuais celestiais
das feridas das queridas despedidas
de quem sentiu todos os momentos




segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Celso Sim e José Miguel Wisnik - Tempo sem Tempo

Celso Sim e José Miguel Wisnik - Tempo sem Tempo


http://www.youtube.com/watch?v=ucwVXY2v1bw


vê se encontra um tempo 
pra me encontrar sem contratempo
por algum tempo
o tempo dá voltas e curvas
o tempo tem revoltas absurdas
ele é e não é ao mesmo tempo
avenida das flores
ea ferida das dores
e só então
se sopetão
entro e me adentro no tempo e no vento
e abarco e embarco no barco de Ísis e Osíris
sou como a flecha do arco do arco-íris
que despedaça as flores mais coloridas em mil fragmentos
que passa e de graça distribui amores de cristais totais sexuais celestiais
das feridas das queridas despedidas
de quem sentiu todos os momentos




sábado, 31 de dezembro de 2011

Celso Sim e José Miguel Wisnik - Tempo sem Tempo

Celso Sim e José Miguel Wisnik - Tempo sem Tempo


http://www.youtube.com/watch?v=ucwVXY2v1bw



Tempo Sem Tempo

José Miguel Wisnik

vê se encontra um tempo
pra me encontrar sem contratempo
por algum tempo
o tempo dá voltas e curvas
o tempo tem revoltas absurdas
ele é e não é ao mesmo tempo
avenida das flores
ea ferida das dores
e só então
se sopetão
entro e me adentro no tempo e no vento
e abarco e embarco no barco de Ísis e Osíris
sou como a flecha do arco do arco-íris
que despedaça as flores mais coloridas em mil fragmentos
que passa e de graça distribui amores de cristais totais sexuais celestiais
das feridas das queridas despedidas
de quem sentiu todos os momentos

domingo, 4 de dezembro de 2011

Laser - José Miguel Wisnik

Laser - José Miguel Wisnik


http://www.youtube.com/watch?v=3lPpKTPkYiQ




‎'Gota pura
gota gota pura
vindo pela veia do veio
diamante
diamante duro
cortando o cristal pelo meio
com um beijo eu acordei
outro beijo me dormiu
depois todo o tempo se seguiu
todo o tempo nos antecedeu
ficou preso e solto por um fio
e esse fio era você e eu
leva leve
pega e leva leve
raio da leveza do laser
eu te firo
e você me fere
como a luz nos fere com seu ser'




domingo, 11 de setembro de 2011

Cego Com Cego - José Miguel Wisnik

Cego Com Cego
José Miguel Wisnik

Eu vi o cego lendo a corda da viola
Cego com cego no duelo do sertão
Eu vi o cego dando nó cego na cobra
Vi cego preso na gaiola da visão
Pássaro preto voando pra muito longe
E a cabra cega enxergando a escuridão

Eu vi a lua na cacunda do cometa
Vi a zabumba e o fole a zabumbá
Eu vi o raio quando o céu todo corisca
E o triângulo engulindo faiscá
Vi a galáctea branca na galáctea preta
Eu vi o dia e a noite se encontrá

Eu vi o pai eu vi a mãe eu vi a filha
Vi a novilha que é filha da novilhá
Eu vi a réplica da réplica da bíblia
Na invenção dum cantador de ciençá
Vi o cordeiro de deus num ovo vazio
Fiquei com frio te pedi pra me esquentá

Eu vi a luz da luz do preto dos seus olhos
Quando o sertão num mar de flor esloreceu
Sol parabelo parabelo sobre a terra
Gente só morre para provar que viveu
Eu vi o não eu vi a bala matadeira
Eu vi o cão, fui nos óio e era eu


domingo, 31 de julho de 2011

O homem comum - José Miguel Wisnik

O homem comum - JOSÉ MIGUEL WISNIK

O jogo alucinante entre Santos e Flamengo n
a Vila Belmiro me surpreendeu em pleno Rio de Janeiro. Eu saía de uma mesa-redonda sobre poesia e música popular na simpática Biblioteca Pública do Botafogo quando soube que estava um a zero para o Santos nos primeiros minutos de partida. Ao chegar no hotel já estava dois a zero. Segue-se o golaço de Neymar, o terceiro, ao vencer de uma maneira ou de outra sete adversários que participaram da jogada e dar um drible fora de todos os catálogos no momento decisivo do gol. Uma parada súbita e quase imperceptível em alta velocidade, com o pé direito em cima da bola, repuxando-a levemente para a esquerda, um toque de esquerda rapidíssimo em meia-lua e um complemento de bico por leve cobertura na saída do goleiro.

Esse raio poderia ter fulminado o rubro-negro, mas o primeiro tempo terminou três a três, e o Flamengo venceu por cinco a quarto. Não quero saber a opinião de retranqueiros e não me importa que o meu time tenha perdido. A taxa de faltas era baixíssima, e o que se via era futebol a olho nu, exposto, quase obsceno. Os dois times foram goleados, os dois times deram show. Sem aquela regulagem produtiva, aquele cauteloso pouco-a-pouco e aquela sabotagem medrosa que nos habituaram a ter que garimpar algum futebol no futebol. Me lembrei da minha infância, do sete a três do Santos sobre o Palmeiras em 1959, na mesma Vila Belmiro, e do cinco a um do Palmeiras sobre o Santos no Parque Antártica, naquele mesmo ano.

Se focarmos apenas nos protagonistas, sem analisar o jogo, pode-se dizer que Neymar veio com fome de bola extra, depois de ter tido o respiro de uns dias de folga (este ano ele mal teve férias no começo do ano , disputou o campeonato sul-americano sub-20, o campeonato paulista, a Libertadores e foi
para a Copa América). Jogou um futebol capaz de desmantelar qualquer adversário, não fosse o fato de Ronaldinho Gaúcho ter se reencontrado com Ronaldinho Gaúcho, nessa sua volta ao Brasil. O espetáculo das gerações que se viu na Vila Belmiro só foi possível graças ao encontro excepcional daquele que voltou com aquele que não foi. Pois, até pouco tempo, o imperioso seria que o Gaúcho ainda estivesse na Europa, e que Neymar já tivesse ido para o Chelsea no ano passado, perdendo-se, com isso, o sabor das alternâncias vivas e do confronto do nosso futebol com o nosso futebol. Que é, afinal, a melhor maneira de provar que ele existe.

Falando em provar que existe e em confronto com o espelho: o enigma do declínio precoce de Ronaldinho Gaúcho, o misterioso apagamento, que data de 2006, não da sua qualidade técnica, mas do seu brilho único, parecia ser justamente uma questão de autoidentidade frente ao fantasma do tempo. Como se ele não soubesse, já com certa antecedência, quem ser no final da carreira. Vale lembrar que o apogeu de Ronaldinho Gaúcho já era a saturação de uma cultura futebolística: ele é o ápice maneirista de todos os estilemas do futebol brasileiro, incluindo o drible, o chapéu, o calcanhar, a folha seca, a cavadinha, a matada, a pedalada, o elástico, o passe em concha, todos os tipos de trivelas e tudo o mais que se quiser. Para todos esses procedimentos é possível lembrar jogadas e gols antológicos. Como se ele desenvolvesse no futebol o princípio literário da citação em épocas tardias, citando, em ato, Pelé, Romário, Sócrates, Ademir da Guia. Ou seja, o seu apogeu já era “tardio”, não do ponto de vista individual, mas do ponto de vista da tradição que ele encarnava.

Se um fogo próprio imantava, alimentava e dava liga a tudo isso, o apagamento desse centro irradiador, seja ele explicável ou inexplicável, transformou-o, nunca num jogador qualquer, mas num espectro do seu fulgor, um fantasma dos seus múltiplos fantasmas. Pois o que se viu em Santos x Flamengo foi um Ronaldinho Gaúcho citando ele mesmo: a falta cobrada por baixo da barreira, como ele já tinhafeito no Barcelona , para quem não se lembrava, e o último gol do jogo, vindo como um raio da esquerda para dentro e fulminando o canto oposto do goleiro. Nesse caso, não apenas o gol decisivo de um jogo espantoso e de uma inacreditável virada, mas o ato confirmatório de uma espécie de afinal conquistada coincidência consigo mesmo.

Que estivéssemos em presença da explosão de uma supernova, e ao mesmo tempo do brilho vitorioso de uma grande estrela que cremos extinta, tudo isso deu ao jogo os aspectos de um mito, quando os enigmas do tempo nos aparecem como uma constelação. Por isso se dizia tanto, já durante o jogo, que ele era inesquecível, com todos os seus aspectos dramáticos, poéticos e patéticos. Como os vários erros das defesas, e como a cobrança do pênalti por Elano, que já queria se reabilitar por uma via inabitual das cobranças de pênaltis patéticas na Copa América. (Como diz o verso de Jorge Mautner, “Os erros e os defeitos cotidianos / fazem parte dos direitos
humanos”).

terça-feira, 7 de junho de 2011

José Miguel Wisnik - Bambino

José Miguel Wisnik - Bambino

E se o ferro ferir
E se a dor perfumar
Um pé de manacá
Que eu sei existir
Em algum lugar
E se eu te machucar
Sem querer atingir
E também magoar
O seio mais lindo que há
E se a brisa soprar
E se ventar a favor
E se o fogo pegar
Quem vai se queimar
De gozo e de dor
E se for pra chorar
E se for ou não for
Vou contigo dançar
E sempre te amar amor
E se o mundo cair
E se o céu despencar
Se rolar vendaval
Temporal carnaval
E se as águas correrem
Pro bem e pro mal
Quando o sol ressurgir
Quando o dia raiar
É menino e menina
Bambino, bambina
Pra quem tem que dar
No final do final
E se a noite pedir
E se a chama apagar
E se tudo dormir
O escuro cobrir
Ninguém mais ficar
Se for pra chorar
E uma rosa se abrir
Pirilampo luzir
Brilhar e sumir no ar
Se tudo falir
O mar acabar
E se eu nunca pagar
O quanto pedi
Pra você me dar
E se a sorte sorrir
O infinito deixar
Vou seguindo seguir
E quero teus lábios beijar

José Miguel Wisnik

domingo, 23 de janeiro de 2011

Celso Sim e José Miguel Wisnik - Tempo sem Tempo

Tempo Sem Tempo

José Miguel Wisnik

vê se encontra um tempo
pra me encontrar sem contratempo
por algum tempo
o tempo dá voltas e curvas
o tempo tem revoltas absurdas
ele é e não é ao mesmo tempo
avenida das flores
ea ferida das dores
e só então
se sopetão
entro e me adentro no tempo e no vento
e abarco e embarco no barco de Ísis e Osíris
sou como a flecha do arco do arco-íris
que despedaça as flores mais coloridas em mil fragmentos
que passa e de graça distribui amores de cristais totais sexuais celestiais
das feridas das queridas despedidas
de quem sentiu todos os momentos

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Celso Sim e José Miguel Wisnik - Tempo sem Tempo

Vê se encontra um tempo 
pra me encontrar sem contratempo
por algum tempo
o tempo dá voltas e curvas
o tempo tem revoltas absurdas
ele é e não é ao mesmo tempo
avenida das flores
ea ferida das dores
e só então
se sopetão
entro e me adentro no tempo e no vento
e abarco e embarco no barco de Ísis e Osíris
sou como a flecha do arco do arco-íris
que despedaça as flores mais coloridas em mil fragmentos
que passa e de graça distribui amores de cristais totais sexuais celestiais
das feridas das queridas despedidas
de quem sentiu todos os momentos

(José Miguel Wisnik)

Show Nestrovski, Tatit e Wisnik | Feito pra acabar

Show Nestrovski, Tatit e Wisnik | Feito pra acabar


Feita Pra Acabar

Marcelo Jeneci

Quem me diz
Da estrada que não cabe onde termina
Da luz que cega quando te ilumina
Da pergunta que emudece o coração

Quantas são
As dores e alegrias de uma vida
Jogadas na explosão de tantas vidas
Vezes tudo que não cabe no querer

Vai saber
Se olhando bem no rosto do impossível
O véu, o vento o alvo invisível
Se desvenda o que nos une ainda assim

A gente é feito pra acabar
Ah Aah

A gente é feito pra dizer
Que sim
A gente é feito pra caber
No mar
E isso nunca vai ter fim

Uh Uhhh