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domingo, 12 de agosto de 2012

Chico Buarque - Morro Dois Irmãos

Chico Buarque - Morro Dois Irmãos



http://www.youtube.com/watch?v=59vF4s89QZI&feature=share


Dois Irmãos, quando vai alta a madrugada
E a teus pés vão-se encostar os intrumentos
Aprendi a respeitar tua prumada
E desconfiar do teu silêncio
Penso ouvir a pulsação atravessada
Do que foi e o que será noutra existência
É assim como se a rocha dilatada
Fosse uma concentração de tempos
É assim como se o ritmo do nada
Fosse, sim, todos os ritmos por dentro
Ou, então, como um música parada
Sobre uma montanha em movimento

Chico Buarque - Acorda amor

Chico Buarque - Acorda amor



http://www.youtube.com/watch?v=kMmlXCcRjJc&feature=share


Acorda amor
Eu tive um pesadelo agora
Sonhei que tinha gente lá fora
Batendo no portão, que aflição
Era a dura, numa muito escura viatura
Minha nossa santa criatura
Chame, chame, chame lá
Chame, chame o ladrão, chame o ladrão
Acorda amor
Não é mais pesadelo nada
Tem gente já no vão de escada
Fazendo confusão, que aflição
São os homens
E eu aqui parado de pijama
Eu não gosto de passar vexame
Chame, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão
Se eu demorar uns meses
Convém, às vezes, você sofrer
Mas depois de um ano eu não vindo
Ponha a roupa de domingo
E pode me esquecer
Acorda amor
Que o bicho é brabo e não sossega
Se você corre o bicho pega
Se fica não sei não
Atenção
Não demora
Dia desses chega a sua hora
Não discuta à toa não reclame
Clame, chame lá, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão, chame o ladrão
(Não esqueça a escova, o sabonete e o violão)

sábado, 28 de julho de 2012

CHICO BUARQUE - DESENCONTRO

CHICO BUARQUE - DESENCONTRO




http://www.youtube.com/watch?v=HPY2pD18Qrs&feature=share



A sua lembrança me dói tanto
Eu canto pra ver
Se espanto esse mal
Mas só sei dizer
Um verso banal
Fala em você
Canta você
É sempre igual
Sobrou desse nosso desencontro
Um conto de amor
Sem ponto final
Retrato sem cor
Jogado aos meus pés
E saudades fúteis
Saudades frágeis
Meros papéis
Não sei se você ainda é a mesma
Ou se cortou os cabelos
Rasgou o que é meu
Se ainda tem saudades
E sofre como eu
Ou tudo já passou
Já tem um novo amor
Já me esqueceu

Chico Buarque - Apesar de Você

Chico Buarque - Apesar de Você




http://www.youtube.com/watch?v=1ZNNUU_AbXs



Amanhã vai ser outro dia
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Esse samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
De "desinventar"
Você vai pagar, e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
Antes do que você pensa
Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente
Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Você vai se dar mal, etc e tal
La, laiá, la laiá, la laiá

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Chico Buarque de Hollanda - Vai passar

Chico Buarque de Hollanda - Vai passar




http://www.youtube.com/watch?v=Ma5ThSwFbIg&feature=related


Vai passar nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiar
Ao lembrar que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais
Num tempo página infeliz da nossa história,
passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia a nossa pátria mãe tão distraída
sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações
Seus filhos erravam cegos pelo continente,
levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
E um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval,
o carnaval, o carnaval
Vai passar, palmas pra ala dos barões famintos
O bloco dos napoleões retintos
e os pigmeus do boulevard
Meu Deus, vem olhar, vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade até o dia clarear
Ai que vida boa, ô lerê,
ai que vida boa, ô lará
O estandarte do sanatório geral vai passar
Ai que vida boa, ô lerê,
ai que vida boa, ô lará
O estandarte do sanatório geral... vai passar




sábado, 14 de janeiro de 2012

1971 - Chico Buarque de Hollanda - Desalento

1971 - Chico Buarque de Hollanda - Desalento


http://www.youtube.com/watch?v=eh2pu6G-y8s&feature=share


Sim, vai e diz
Diz assim
Que eu chorei
Que eu morri
De arrependimento
Que o meu desalento
Já não tem mais fim
Vai e diz
Diz assim
Como sou
Infeliz
No meu descaminho
Diz que estou sozinho
E sem saber de mim


Diz que eu estive por pouco
Diz a ela que estou louco
Pra perdoar
Que seja lá como for
Por amor
Por favor
É pra ela voltar


Sim, vai e diz
Diz assim
Que eu rodei
Que eu bebi
Que eu caá­
Que eu não sei
Que eu só sei
Que cansei, enfim
Dos meus desencontros
Corre e diz a ela
Que eu entrego os pontos



terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Chico Buarque - Todo o Sentimento - Paris

Chico Buarque - Todo o Sentimento - Paris

http://www.youtube.com/watch?v=anFxDsg20KE&feature=share


Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo da gente.
Preciso conduzir
Um tempo de te amar,
Te amando devagar e urgentemente.
Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez,
Que recolhe todo sentimento
E bota no corpo uma outra vez.
Prometo te querer
Até o amor cair
Doente, doente...
Prefiro, então, partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente.
Depois de te perder,
Te encontro, com certeza,
Talvez num tempo da delicadeza,
Onde não diremos nada;
Nada aconteceu.
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu.



Desencontro - Chico Buarque

Desencontro - Chico Buarque

http://www.youtube.com/watch?v=HJ_GSvuEP_g

A sua lembrança me dói tanto
Eu canto pra ver
Se espanto esse mal
Mas só sei dizer
Um verso banal
Fala em você
Canta você
É sempre igual
Sobrou desse nosso desencontro
Um conto de amor
Sem ponto final
Retrato sem cor
Jogado aos meus pés
E saudades fúteis
Saudades frágeis
Meros papéis
Não sei se você ainda é a mesma
Ou se cortou os cabelos
Rasgou o que é meu
Se ainda tem saudades
E sofre como eu
Ou tudo já passou
Já tem um novo amor
Já me esqueceu




domingo, 18 de dezembro de 2011

Chico Buarque de Hollanda - Nina

Chico Buarque de Hollanda - Nina
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=VWxASchlDCI


Nina diz que tem a pele cor de neve
E dois olhos negros como o breu
Nina diz que, embora nova
Por amores já chorou que nem viúva
Mas acabou, esqueceu
Nina adora viajar, mas não se atreve
Num país distante como o meu
Nina diz que fez meu mapa
E no céu o meu destino rapta
O seu
Nina diz que se quiser eu posso ver na tela
A cidade, o bairro, a chaminé da casa dela
Posso imaginar por dentro a casa
A roupa que ela usa, as mechas, a tiara
Posso até adivinhar a cara que ela faz
Quando me escreve
Nina anseia por me conhecer em breve
Me levar para a noite de Moscou
Sempre que esta valsa toca
Fecho os olhos, bebo alguma vodca
E vou...

Chico Buarque de Hollanda

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O Meu Guri - Chico Buarque de Hollanda

O Meu Guri - Chico Buarque de Hollanda


http://www.youtube.com/watch?v=kyPjk0kkPMI


Quando, seu moço, nasceu meu rebento 
Não era o momento dele rebentar 
Já foi nascendo com cara de fome 
E eu não tinha nem nome pra lhe dar 
Como fui levando, não sei explicar 
Fui assim levando ele a me levar 
E na sua meninice ele um dia me disse 
Que chegava lá 
Olha aí 
Olha aí 
Olha aí, ai o meu guri, olha aí 
Olha aí, é o meu guri 
E ele chega 

Chega suado e veloz do batente 
E traz sempre um presente pra me encabular 
Tanta conrrente de ouro, seu moço 
Que haja pescoço pra enfiar 
Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro 
Chave, caderneta, terço e patuá 
Um lenço e uma penca de documentos 
Pra finalmente eu me identificar, olha aí 
Olha aí, ai o meu guri, olha aí 
Olha aí, é o meu guri 
E ele chega 

Chega no morro com o carregamento 
Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador 
Rezo até ele chegar cá no alto 
Essa onda de assaltos tá um horror 
Eu consolo ele, ele me consola 
Boto ele no colo pra ele me ninar 
De repente acordo, olho pro lado 
E o danado já foi trabalhar, olha aí 
Olha aí, ai o meu guri, olha aí 
Olha aí, é o meu guri 
E ele chega 

Chega estampado, manchete, retrato 
Com venda nos olhos, legenda e as iniciais 
Eu não entendo essa gente, seu moço 
Fazendo alvoroço de mais 
O guri no mato, acho que tá rindo 
Acho que tá lindo, de papo pro ar 
Desde o começo, eu não disse, seu moço 
Ele disse que chegava lá 
Olha aí, olha aí 
Olha aí, ai o meu guri, olha aí 
Olha aí, é o meu guri