Mostrando postagens com marcador Entrevista. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Entrevista. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Vinícius de Morais em entrevista a Clarice Lispector

Clarice - Vinícius, acho que vamos conversar sobre mulheres, poesia e música. Sobre mulheres porque corre a fama de que você é um grande amante. Sobre poesia porque você é um dos nossos grandes poetas. Sobre música porque você é o nosso menestrel. Vinícius, você amou realmente alguém na vida? Telefonei para uma das mulheres com quem você casou, e ela disse que você ama tudo, a tudo você se dá inteiro: a crianças, a mulheres, a amizades. Então me veio a idéia de que você ama o amor, e nele inclui as mulheres.

Vinícius - Que eu amo o amor é verdade. Mas por esse amor eu compreendo a soma de todos os amores, ou seja, o amor de homem para mulher, de mulher para homem, o amor de mulher por mulher, o amor de homem para homem e o amor de ser humano pela comunidade de seus semelhantes. Eu amo esse amor mas isso não quer dizer que eu não tenha amado as mulheres que tive. Tenho a impressão que, àquelas que amei realmente, me dei todo.

Clarice - Acredito, Vinícius. Acredito mesmo. Embora eu também acredite que quando um homem e uma mulher se encontram num amor verdadeiro, a união é sempre renovada, pouco importam as brigas e os desentendimentos: duas pessoas nunca são permanentemente iguais e isso pode criar no mesmo par novos amores.

Vinícius - É claro, mas eu ainda acho que o amor que constrói para a eternidade é o amor paixão, o mais precário, o mais perigoso, certamente o mais doloroso. Esse amor é o único que tem a dimensão do infinito.

Clarice - Você já amou desse modo?

Vinícius - Eu só tenho amado desse modo.

Clarice - Você acaba um caso porque encontra outra mulher ou porque se cansa da primeira?

Vinícius - Na minha vida tem sido como se uma mulher me depositasse nos braços de outra. Isso talvez porque esse amor paixão pela sua própria intensidade não tem condições de sobreviver. Isso acho que está expresso com felicidade no dístico final do meu soneto "Fidelidade": "que não seja imortal posto que é chama / mas que seja infinito enquanto dure".

Vinícius de Morais em entrevista a Clarice Lispector




sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Programa do Jo entrevista Gal Costa e Caetano Veloso

"Caetano falando de sua experiência com o chá de ayuahasca, o chá sagrado e alucinógeno q altera a percepção. Tinha lido livro de Caetano Verdade Tropical com meus dezesseis anos mais ou menos na época em que conheci Roberto Piva. Mas nem me passou pela cabeça tomar. Indiretamente, o chá chegou até mim, sem que eu fosse até ele. Fiquei comovido com o relato de Caetano, a minha primeira experiênciafoi divino e maravilhoso...Tomei ayuahasca em Pindamonhangaba, quando estava acampado lá na mata com meu amigo Irael perto do templo hare-krshna Nova Gokula. Naquela tarde, dois homens passaram perto da ponte quando eu e ele estávamos sentados tranquilamente lendo numa ponte. Eles falaram para nós que havia um centro de Daime lá no alto do monte, bem perto de onde estávamos. Irael já tinha tomado e eu ainda não. Chegamos lá no Centro chamado Céu do Vale dirigido pelo Valter e sua esposa. Fizemos uma fila pra tomar. Depois que eu tomei o copo, voltei para um banco. Apagaram as luzes. Silêncio..." por Chiu Yi Chih.


http://www.youtube.com/watch?v=cJWHFEvqIfA