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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Claudio Ulpiano - Multiplicidades do eu

Multiplicidades do eu 
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Por mais que um pensador pretenda tornar o seu pensamento fácil para que ele seja claramente entendido, isto jamais pode acontecer. O pensamento não é difícil por acidente, ou seja, ele é difícil agora e se tornará fácil quando eu cursar a minha universidade. Não! A essência do pensamento é a dificuldade. A essência do pensamento é o difícil. E o que eu chamo de pensamento são todas as ciências, todas as filosofias e todas as artes. Ou seja, sempre que o pensamento está fazendo o seu exercício, junto com ele emerge o difícil. Então, não há nenhum motivo para o pensador se preocupar em tornar fácil a sua exposição. O que o pensador tem que fazer quando expõe seu pensamento, ao invés de conquistar pela clareza e pela distinção do que ele expõe, é fazer uma prática de tal forma bela que ela produza rizomas, e que esse pensamento, então, se expanda por esse processo, se expanda por rizomas.

Claudio Ulpiano

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Centro de Estudos Claudio Ulpiano

Claudio Ulpiano

CLAUDIO ULPIANO

Escrito Intimo

“Tornei-me bergsoniano muito jovem.
...
Logo depois que me formei em cibernética.
Toda minha vida está explícita nestes dois enunciados.

Agora sou arqueólogo em pleno século XXIII, o século das almas, do mesmo modo que se dizia antigamente o século das luzes ou a era atômica.

Se leio determinados livros antigos, como Jorge Luiz Borges, Gilles Deleuze ou Francis Bacon (quando cito este último autor, devido ao trabalho idiota de meus adversários teóricos, procuro tornar claro que o Francis Bacon que leio é o pintor – suas entrevistas, etc., e não o filósofo),

é porque não tenho dúvidas que suas almas são do mesmo ‘material’ da de Bergson, conforme as provas que retirei da cibernética, que me revelou também que o material raro, da alma de Bergson, era abundante em determinadas idades e locais.

A arqueologia das almas é um trabalho árduo e nos metamorfoseia, pois fatalmente nos tornamos as próprias almas que pesquisamos”.


“Como este texto que escrevo é para o ‘Museu das Almas’, tenho o objetivo de ser lido dentro de alguns séculos – sobretudo o XXIX, que se dedicará quase que inteiramente ao XXIII, conforme os resultados obtidos pela ‘Astrologia cibernética’, narrarei cuidadosamente, para não acabar por ter meus escritos incinerados pelos veredictos do futuro”.




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"O que começa a se tornar claro investe a sua luz também para criar sombras, meio-dia de vento, que carrega sol pleno, mas levanta sombras, como seu homônimo levanta poeiras.
Cego duplamente, pelo clarão que limpa e pela sombra que encobre, apenas pressinto que a minha terra chegou: que estou no ser do que não imita, nem do que é, mas devém mutações.


Um meio-dia de ventos, sol pleno em correrias, que faz levantar sombras da terra, da mesma maneira que outros ventos levantam poeiras. Então, cego, duplamente cego – ora pela luz, ora pela sombra, descubro-me viajante do que nem é nem não é – mas devém.

Descobri, sem dúvida, a terra do pensamento.








“As aulas de Claudio Ulpiano iam encurralando velhos hábitos, velhos sentimentos, velhas ideias” – escreveu um aluno. “Elas nos obrigavam a um trabalho difícil e doloroso, que é voltar-se contra si e destruir, em si mesmo, o que as forças conservadoras edificaram solidamente. Uma estranha e dolorosa guerra em que o inimigo não era algo exterior, em que o alvo a ser destruído era você próprio. Eisenstein falava de um cinema quebra crânio. Claudio Ulpiano é como esse cinema.”