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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Carlos Drummond de Andrade.

No chão me deito à maneira dos desesperados. Estou escuro, estou rigorosamente noturno, estou vazio, esqueço que sou um poeta, que não estou sozinho, preciso aceitar e compor, minhas medidas partiram-se, mas preciso, preciso, preciso. Rastejando, entre cacos, me aproximo. Não quero, mas preciso tocar pele de homem, avaliar o frio, ver a cor, ver o silêncio, conhecer um novo amigo e nele me derramar. 


Carlos Drummond de Andrade.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Carlos Drummond de Andrade

Por muito tempo achei que a ausência é falta. 
E lastimava, ignorante, a falta. 
Hoje não a lastimo. 
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade