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sábado, 1 de outubro de 2011

Rûmî - Faustino Brisa Teixeira

O grande líder religioso mundial Dalai Lama tem mostrado de forma muito clara a importância da distinção entre espiritualidade e religião.

A espiritualidade relaciona-se com qualidades específicas do espírito humano, que podem ser desenvolvidas em alto grau também em pessoas não religiosas. São qualidades como a cortesia, o amor, a compaixão, a delicadeza, o cuidado, a hospitalidade, a solidariedade etc.

Na poética de Rûmî, todas essas qualidades estão presentes de forma muito rica e trazem um ensinamento muito preciso aos nossos contemporâneos. Para ele, e tantos outros místicos de tradições diversificadas, o coração é a porta de entrada para a percepção do Real, é o órgão sutil, por excelência, da percepção mística. Não há como cultivar o espírito sem o trabalho incessante e diuturno de purificar o coração.

Como diz o evangelho de Mateus, os “puros de coração” verão a Deus (Mt 5,8). Em várias passagens de sua poética, Rûmî sinaliza que os puros de coração mostram-se capazes de acolher a diversidade, de atuarem movidos pelos dons do cuidado, da generosidade e da delicadeza para com os outros.

Os valores que se desdobram da “lógica do coração” são bem diversos dos contra-valores que dominam hoje na racionalidade do mercado: a competição, a produtividade, o sucesso, o individualismo, o lucro, a vantagem a todo custo e o consumismo.

Nesse sentido, a poética de Rûmî aponta para um horizonte distinto.

Faustino Brisa Teixeira