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terça-feira, 27 de março de 2012

Vladimir Maiakóvski

‎(...)
Brilhar pra sempre,
brilhar como um farol,
brilhar com brilho eterno,
gente é pra brilhar,
que tudo mais vá pro inferno,
este é meu slogan
e o do sol.

Vladimir Maiakóvski, tradução de Augusto de Campos










quinta-feira, 22 de março de 2012

LÍLITCHKA! - Vladímir Maiakóvski

LÍLITCHKA! - Vladímir Maiakóvski
Em lugar de uma carta 

Fumo de tabaco rói o ar. 
O quarto —
um capítulo do inferno de Krutchônikh. (1) 
Recorda —
atrás desta janela 
pela primeira vez 
apertei tuas mãos, atônito. 
Hoje te sentas, 
no coração — aço. 
Um dia mais 
e me expulsarás, 
talvez, com zanga. 
No teu hall escuro longamente o braço, 
trêmulo, se recusa a entrar na manga. 
Sairei correndo, 
lançarei meu corpo à rua . 
Transtornado, 
tornado 
louco pelo desespero. 
Não o consintas, 
meu amor, meu bem, 
digamos até logo agora. 
De qualquer forma 
o meu amor 
— duro fardo por certo —
pesará sobre ti 
onde quer que te encontres. 
Deixa que o fel da mágoa ressentida 
num último grito estronde. 
Quando um boi está morto de trabalho 
ele se vai 
e se deita na água fria. 
Afora o teu amor 
para mim 
não há mar, 
e a dor do teu amor nem a lágrima alivia. 
Quando o elefante cansado quer repouso 
ele jaz como um rei na areia ardente. 
Afora o teu amor 
para mim
não há sol, 
e eu não sei onde estás e com quem. 
Se ela assim torturasse um poeta, 
ele trocaria sua amada por dinheiro e glória, 
mas a mim 
nenhum som me importa 
afora o som do teu nome que eu adoro. 
E não me lançarei no abismo, 
e não beberei veneno, 
e não poderei apertar na têmpora o gatilho. 
Afora 
o teu olhar 
nenhuma lâmina me atrai com seu brilho. 
Amanhã esquecerás 
que eu te pus num pedestal, 
que incendiei de amor uma alma livre, 
e os dias vãos — rodopiante carnaval — 
dispersarão as folhas dos meus livros... 
Acaso as folhas secas destes versos 
far-te-ão parar, 
respiração opressa?
Deixa-me ao menos 
arrelvar numa última carícia 
teu passo que se apressa. 

1916 

(Tradução: Augusto de Campos) 

(1) Alusão ao poema "Um jogo no inferno", 
de A. Krutchônikh e V. Khliébnikov.  

sábado, 15 de outubro de 2011

Vladimir Maiakóvski

Na primeira noite eles aproximam-se e colhem uma Flor do nosso jardim e não dizemos nada.
Na segunda noite, Já não se escondem; pisam as flores, matam o nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, Já não podemos dizer nada.


Vladimir Maiakóvski