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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O complexo de amor - Edgar Morin

Deparamo-nos aqui com um novo paradoxo. O amor enraíza-se em nossa corporeidade e, nesse sentido, pode-se dizer que o amor precede a palavra. Mas o amor encontra-se, ao mesmo tempo, enraizado em nosso ser mental, em nosso mito, que, evidentemente, pressupõe a linguagem e, nesse sentido, pode-se dizer que o amor decorre da linguagem. O amor, simultaneamente, procede da palavra e precede a palavra. Trata-se de um interessante problema, uma vez que há culturas em que não se fala de amor. Mas mesmo nestas culturas, em que não se fala de amor e que o amor não emergiu enquanto noção, será que, verdadeiramente, não existe amor? Ou será que sua existência decorre do não-dito?

O que a hominização nos trouxe e o que caracteriza biologicamente o homo sapiens?

Inicialmente, a permanência da atração sexual entre mulher e homem. Ainda que existam entre os primatas períodos não-sexuados separados pelo período do estro - o momento em que a fêmea torna-se atraente - a humanidade vive na permanência da atração sexual. Além disso, a humanidade consumou o face-a-face amoroso, enquanto que, entre os outros primatas, a união sexual se realiza por trás. O filme A guerra do fogo exprimiu, de modo apropriado, o aparecimento do amor face a face. A partir daí, o rosto vai desempenhar um papel extraordinário.

O último elemento que a hominização trouxe foi a intensidade do coito, não apenas no homem, mas também na mulher.

O amor vai aparecer e ser tratado como tal numa civilização em que o indivíduo se autonomiza e se desenvolve. Tudo aquilo que advém do sagrado, do culto, da adoração, pode, então, projetar-se sobre um indivíduo de carne que constituirá o objeto da fixação amorosa. O amor adquire expressão no reencontro do sagrado e do profano, do mitológico e do sexual. Será cada vez mais possível realizar experiência mística, extática, a experiência do culto e do divino, através da relação de amor com um outro indivíduo.

No momento em que aflora o desejo, os seres sexuados são submetidos a uma dupla possessão, que se situa muito além deles e que os ultrapassa.

O ciclo de reprodução genética, que nos invade pelo sexo, é algo que nos possui subitamente e que, simultaneamente, possuímos: o desejo. Esta é a primeira possessão.

A outra é a que nasce do sagrado, do divino, do religioso. A possessão física que decorre da vida sexual reencontra a possessão psíquica oriunda da vida mitológica. Aí reside o problema do amor: somos duplamente possuídos e possuímos o que nos possui, considerando-o, física e miticamente, como nosso próprio bem.

A questão da selvageria do desejo e da fascinação do amor se relaciona à ordem social. As sociedades animais não possuem instituições, mas obedecem a regras.

Por exemplo: os machos dominantes se apoderam da maioria das fêmeas e os outros machos são excluídos da copulação. Tudo isso decorre de regras hierárquicas, mesmo na ausência da regra institucional. A humanidade cria instituições, institui a exogamia, as regras de parentesco, prescreve o casamento, proíbe o adultério. Mas é extremamente notável que o desejo e o amor ultrapassam, transgridem normas, regras e interditos: ou bem o amor é muito endógamo e torna-se incestuoso, ou é muito exógamo e torna-se adúltero, traidor do grupo, do clã, da pátria. A selvageria do amor o conduz à clandestinidade e à transgressão.

O amor, mesmo que decorrente de um desenvolvimento cultural e social, não obedece à ordem social: quando aparece, ignora barreiras, despedaça-se nelas ou simplesmente as rompe. O amor é filho de ciganos, é "enfant de bohème".

Além disso, o mais interessante na civilização ocidental é a separação que, por vezes, é uma verdadeira disjunção entre o amor vivido como mito e como desejo.

É necessário que nos apercebamos dessa bipolaridade: de um lado, um ardente amor espiritual, que justamente tem medo de se degradar no contato carnal e, de outro, uma "bestialidade", que poderá encontrar sua própria sacralidade nesta parte maldita assumida pela prostituta. Se a bipolaridade do amor pode aquartelar o indivíduo entre o amor sublime e o desejo infame, pode também efetivar-se em diálogo, em comunicação: há momentos muito felizes, momentos em que a plenitude do corpo e da alma se encontram.

O verdadeiro amor se reconhece naquilo que sobrevive ao coito, enquanto que o desejo sem amor se dissolve na famosa tristeza pós-coital: "homo triste post coitum". Aquele que é sujeito do amor é "felix post coitum".

Assim como tudo o que é vivo e humano, o amor encontra-se submetido ao segundo princípio da termodinâmica, que se define como um princípio de degradação e desintegração universais. Mas os seres vivos vivem de sua própria desintegração, combatendo-a pela regeneração.


O que significa viver?

Heráclito dizia: "Morrer de vida, viver de morte."

Nossas moléculas se degradam e morrem, sendo substituídas por outras. Vivemos utilizando o processo de nossa decomposição para nos rejuvenescer, até o momento em que isso não é mais possível. Acontece o mesmo com o amor, que só vive renascendo incessantemente.

O sublime encontra-se sempre no estado nascente do enamoramento. O amor implica a regeneração permanente do amor nascente.

Tudo aquilo que se institui na sociedade, e também tudo que se instala na vida começam a ser afetados pelas forças de desintegração ou de insipidez.

O problema da ligação amorosa é que ela é, freqüentemente, trágica, porque se consolida, também, com freqüência, em detrimento do desejo.

Uma ligação longa e constante torna o laço mais íntimo, mas tende a desintegrar a força do desejo que seria mais exógama, voltada para o desconhecido e para o novo.

Pode-se supor que a longa ligação que consolida o casal, que o enraíza e cria uma afeição profunda, tenda a destruir exatamente aquilo que o amor continha em seu estado nascente. Mas o amor é paradoxal como a vida e, por isso, há amores que duram, do mesmo modo que dura uma vida. Vive-se de morte, morre-se de vida. O amor poderia, potencialmente, regenerar-se, operar em si mesmo uma dialógica entre a prosa que se espalha na vida cotidiana e a poesia que fornece a seiva a essa mesma vida.

O que é verdadeiramente notável é que a união do mitológico e do físico realiza-se no rosto. Há algo no olhar amoroso que, tendencialmente, poderia ser descrito em termos magnéticos ou elétricos, algo que se origina na fascinação, que pode ser recíproca, mas também aterrorizante (…). Nesses olhos que contêm uma espécie de poder magnético que a tudo subjuga, a mitologia humana identificou uma das localizações da alma.

O mesmo acontece com a boca! A boca não se limita somente ao que come, absorve, dá (lamber, salivar). É também a via de passagem da respiração, que corresponde a uma concepção antropológica da alma. O beijo na boca, que o Ocidente popularizou e mundializou, concentra e concretiza o singular encontro de todos os poderes biológicos, eróticos e mitológicos da boca. De um lado, ele é um analogon da união física e, de outro, representa a fusão de duas respirações, que é também uma fusão de almas.

A boca é algo verdadeiramente extraordinário, algo aberto para o mitológico e o fisiológico. Esquecemos que esta boca fala, e o que há de muito belo é que as palavras de amor são seguidas de silêncios de amor. Nosso rosto permite cristalizar, em si mesmo, todos os componentes do amor. Com o aparecimento do cinema, os grandes planos do rosto tornaram-se grandiosos e isso porque nele se concentra a totalidade do amor.

Como considerar o complexo de amor? A categoria do sagrado, do religioso, do mítico e do mistério penetrou no amor individual e nele enraizou-se de modo extremamente profundo.

Há uma razão fria, racionalista, crítica, nascida no século das Luzes, que coloca o ceticismo diante de qualquer religião. De fato, a razão fria tende não somente a dissolver o amor, mas também a considerá-lo como ilusão e loucura.

Em contrapartida, na concepção romântica o amor transformou-se na verdade do ser. Será que existe uma razão amorosa, do mesmo modo que há uma razão dialética, que ultrapassa os limites da razão congelada?

Sob o ângulo da razão fria, o mito foi sempre considerado como um epifenômeno superficial e ilusório. Para o século XVIII, a religião representava uma invenção dos padres, uma fraude feita para iludir os povos. Esse mesmo século não soube compreender as raízes profundas da necessidade religiosa e, muito menos, da necessidade de salvação.

Incluo-me entre aqueles que acreditam na profundidade antropossocial do mito, ou seja, em sua realidade. Acrescento a isso que, entre o homo sapíens e o homo demens, ou entre a loucura e a sabedoria, não existe fronteira nítida. Não se sabe quando se passa de uma para outra, e isso porque sempre há reversibilidades; por exemplo, uma vida racional pode ser pura loucura.

Uma vida que se ocuparia unicamente em economizar seu tempo, a não sair quando faz mau tempo, a querer viver o máximo possível e, portanto, não cometer excessos alimentares e amorosos.

Levar a razão a seus limites máximos conduz ao delírio.

Mas, então, o que é o amor? É o ápice da união entre loucura e sabedoria. Como destrinchar esse fato? Parece evidente que se trata de um problema com o qual nos defrontamos em nossa vida, e que não há nenhuma chave que permita encontrar uma solução exterior ou superior. O amor contém justamente esta contradição fundamental, esta co-presença da loucura e da sabedoria.

Eu diria sobre o amor o que em geral digo sobre o mito. Desde que um mito é reconhecido como tal, ele deixa de sê-lo. Atingimos esse ponto da consciência em que nos damos conta de que mitos são apenas mitos. Mas percebemos também que não podemos passar sem eles. Não se pode viver sem mitos, e eu incluiria, entre os "mitos", a crença no amor, um dos mais nobres e poderosos e, talvez, o único mito ao qual deveríamos nos apegar. E não apenas o amor interindividual, mas o amor, num sentido muito mais amplo, sem, evidentemente, macular o amor individual. Efetivamente, enfrentamos um problema de convivialidade com nossos mitos, e isso não implica uma relação de compromisso, e sim uma relação complexa de diálogo, antagonismo e aceitação.

A seu modo, o amor põe em questão o problema do desafio de Pascal, que havia compreendido não haver nenhum meio para provar logicamente a existência de Deus. Não se pode provar, empírica e logicamente, a necessidade de amor. Pode-se apenas apostar nele e sobre ele. Adotar para o nosso mito de amor uma atitude de desafio implica sermos capazes de nos entregar a ele, dialogando com ele de modo crítico.

O amor faz parte da poesia da vida. Devemos viver esta poesia que não pode espalhar-se pela vida como um todo, e isso porque, se tudo fosse poesia, não haveria espaço para a prosa. Da mesma maneira que o sofrimento deve existir para que se conheça a felicidade, deverá também haver prosa para que haja poesia.

Diante da idéia de desafio, é bom saber que há o risco do erro ontológico, da ilusão, e que o absoluto é, simultaneamente, o incerto. É preciso que tenhamos claro que, em dado momento, engajamos a nossa e outras vidas, na maioria das vezes, sem querê-lo ou sabê-lo.

O amor contém um risco terrível porque não é somente um que se engaja nele. Engaja-se a pessoa amada, engajam-se também os que nos amam sem que nós os amemos, ou os que amam a pessoa amada sem que ela os ame.

Como dizia Platão acerca da imortalidade da alma, trata-se de um belo risco que se deve correr. O amor é um mito muito belo. Evidentemente, encontra-se condenado à errância e à incerteza. Estará se referindo a mim, a ela, ou a todos nós?

Possuímos uma resposta absoluta para essa questão? O amor pode transitar da fulminação à deriva. Contém em si um sentimento de verdade, que é também fonte de nossos erros mais graves. Quantos infelizes iludiram-se com a "mulher de sua vida" ou o "homem de sua vida"?

Nada é mais pobre do que uma verdade sem sentimento de verdade. Constatamos a verdade que dois e dois são quatro, que essa mesa é uma mesa e não uma cadeira, mas não temos o sentimento da verdade desta proposição. Possuímos apenas a intelecção a respeito delas. É certo que, sem sentimentos de verdade, não há verdade vivida. Mas, justamente, o que é a fonte da maior verdade pode, ao mesmo tempo, ser a fonte do maior erro.

Por isso, o amor talvez represente nossa religião e nossa doença mental mais verdadeira. Oscilamos entre esses dois pólos, tanto um quanto o outro muito reais. Mas o que é extraordinário nessa oscilação é a nossa verdade pessoal revelada e percebida pelo outro. Em resumo, o amor nos faz descobrir, igualmente, a verdade do outro.

A autenticidade do amor não consiste apenas em projetar nossa verdade sobre o outro e, finalmente, ver o outro exclusivamente segundo nossos olhos, mas sim de nos deixar contaminar pela verdade do outro. Não é necessário sermos como os crentes, que acreditam naquilo que procuram, porque projetaram a resposta que esperavam. É aqui que consiste a tragédia. Carregamos conosco uma necessidade tão grande de amor que, por vezes, um encontro, num momento propício - ou mesmo num momento mau - deslancha o processo da fulminação e da fascinação.

Nesse momento, projetamos sobre o outro nossa necessidade de amor, fixamo-lo e o endurecemos, ignoramos o outro, transformando-o em nossa imagem e totem. Efetivamente, aqui reside uma das tragédias do amor: a incompreensão de si e do outro. Mas a beleza do amor, que reside na interpenetração da verdade do outro em si, implica encontrar sua verdade através da alteridade.

Concluo. A questão do amor resume-se a essa possessão recíproca: possuir o que nos possui. Somos indivíduos produzidos por processos que nos precederam; somos possuídos por coisas que nos ultrapassam e que irão além de nós, mas, de certo modo, somos capazes de possuí-Ias.
Em qualquer lugar, a dupla possessão constitui sempre a trama e a experiência de nossas próprias vidas.

Terminarei fornecendo à pesquisa sobre o amor a fórmula de Rimbaud, a da pesquisa de uma verdade que se situe, simultaneamente, numa alma e num corpo.



Edgar Morin. Amor Poesia Sabedoria. Bertrand Brasil. 2003, p. 17.



Edgar Morin. Amor Poesia Sabedoria. Bertrand Brasil. 2003, Prefácio.

Publicado por Claudio Alex

A idéia de se poder definir o gênero homo atribuindo-lhe a A idéia de se poder definir o gênero homo atribuindo-lhe a qualidade de sapiens, ou seja, de um ser racional e sábio, é sem dúvida uma idéia pouco racional e sábia. Ser Homo implica ser igualmente demens: em manifestar uma afetividade extrema, convulsiva, com paixões, cóleras, gritos, mudanças brutais de humor; em carregar consigo uma fonte permanente de delírio; em crer na virtude de sacrifícios sanguinolentos, e dar corpo, existência e poder a mitos e deuses de sua imaginação. Há no ser humano um foco permanente de Ubris, a desmesura dos gregos.

A loucura humana é fonte de ódio, crueldade, barbárie, cegueira. Mas sem as desordens da afetividade e as irrupções do imaginário, e sem a loucura do impossível, não haveria élan, criação, invenção, amor, poesia. O ser humano é um animal insuficiente, não apenas na razão, mas é também dotado de desrazão.

Temos, entretanto, necessidade de controlar o homo demens para exercer um pensamento racional, argumentado, crítico, complexo. Temos necessidade de inibir em nós o que o demens tem de homicida, malvado, imbecil. Temos necessidade de sabedoria, o que nos requer prudência, temperança, comedimento, desprendimento.

Prudência, sim, mas isso não significa esterilizar nossas vidas, evitar riscos a qualquer custo? Temperança, sim, mas será mesmo necessário evitar a experiência da "consumação" e do êxtase? Desprendimento, sim, mas será mesmo necessário renunciar aos laços de amizade e amor?

O mundo em que vivemos talvez seja um mundo de aparências, a espuma de uma realidade mais profunda que escapa ao tempo, ao espaço, a nossos sentidos e a nosso entendimento. Mas nosso mundo da separação, da dispersão, da finitude significa também o mundo da atração, do reencontro, da exaltação. E estamos plenamente imersos neste mundo que é o de nossos sofrimentos, felicidades e amores. Não experimentá-lo é evitar o sofrimento, mas também não haverá o gozo. Quanto mais estamos aptos à felicidade, mais nos aproximamos da infelicidade. O Tao-te-ching diz muito apropriadamente:"A infelicidade caminha lado a lado com a felicidade; a felicidade dorme ao pé da infelicidade." Estamos condenados ao paradoxo de manter em nós, simultaneamente, a consciência da vacuidade do mundo e da plenitude que nos propicia a vida quando pode ou quando quer. Se a sabedoria nos incita ao desapego do mundo da vida, será que ela está sendo verdadeiramente sábia? Se aspiramos à plenitude do amor, isso significa que somos verdadeiramente loucos?

Reconhecemos o amor como o ápice mais perfeito da loucura e da sabedoria, ou seja, que no amor, sabedoria e loucura não apenas são inseparáveis, mas se interpenetram mutuamente. Reconhecemos a poesia não apenas como um modo de expressão literária, mas como um estado segundo do ser que advém da participação, do fervor, da admiração, da comunhão, da embriaguez, da exaltação e, obviamente, do amor, que contém em si todas as expressões desse estado segundo. A poesia é liberada do mito e da razão, mas contém em si sua união. O estado poético nos transporta através da loucura e da sabedoria, e para além delas.

O amor faz parte da poesia da vida. A poesia faz parte do amor da vida. Amor e poesia engendram-se mutuamente e podem identificar-se um com o outro.

Se o amor expressa o ápice supremo da sabedoria e da loucura, é preciso assumir o amor.

A sabedoria pode problematizar o amor e a poesia, mas o amor e a poesia podem reciprocamente problematizar a sabedoria. O itinerário aqui proposto que conteria amor, poesia, sabedoria, comportaria, em si mesmo, esta mútua problematização.

Devemos fazer tudo para desenvolver nossa racionalidade, mas é em seu próprio desenvolvimento que a racionalidade reconhece os limites da razão, e efetua o diálogo com o irracionalizável.

O excesso de sabedoria pode transformar-se em loucura, mas a sabedoria só a impede, misturando-se à loucura da poesia e do amor.

Nosso cotidiano vive sempre em busca do sentido. Mas o sentido não é originário, não provém da exterioridade de nossos seres. Emerge da participação, da fraternização, do amor. O sentido do amor e da poesia é o sentido da qualidade suprema da vida. Amor e poesia, quando concebidos como fins e meios do viver, dão plenitude de sentido ao "viver por viver".

A partir daí, podemos assumir, mas com plena consciência, o destino antropológico do homo sapiens-demens, que implica nunca cessar de fazer dialogar em nós mesmos sabedoria e loucura, ousadia e prudência, economia e gasto, temperança e "consumação", desprendimento e apego.

Tudo isso implica endossar a tensão dialogal, que mantém permanentemente a complementaridade e o antagonismo entre amor-poesia e sabedoria-racionalidade.



Edgar Morin. Amor Poesia Sabedoria. Bertrand Brasil. 2003, Prefácio.