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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Paul Verlaine

Pra vós são estes versos, pla consoladora 
Graça dos olhos onde chora e ri um sonho 
Doce, pla vossa alma pura e sempre boa, 
Versos do fundo desta aflição opressora. 

Porque, ai! o pesadelo hediondo que me assombra
Não dá tréguas e, louco, furioso, ciumento,
Multiplica-se como um cortejo de lobos
E enforca-se com o meu destino que ensanguenta!

Ah! sofro horrivelmente, ao ponto de o gemido
Desse primeiro homem expulso do Paraíso
Não passar de uma écloga à vista do meu!

E os cuidados que vós podeis ter são apenas
Andorinhas voando à tarde pelo céu
— Querida — num belo dia de um Setembro ameno.

Paul Verlaine

domingo, 30 de outubro de 2011

Paul Verlaine

Il pleure dans mon coeur
Comme il pleut sur la ville ;
Quelle est cette langueur
Qui pénètre mon coeur ?

Ô bruit doux de la pluie
Par terre et sur les toits !
Pour un coeur qui s'ennuie,
Ô le chant de la pluie !

Il pleure sans raison
Dans ce coeur qui s'écoeure.
Quoi ! nulle trahison ?...
Ce deuil est sans raison.

C'est bien la pire peine
De ne savoir pourquoi
Sans amour et sans haine
Mon coeur a tant de peine !

Paul Verlaine

sábado, 22 de outubro de 2011

Il pleure dans mon coeur - Paul VERLAINE (1844-1896)


Il pleure dans mon coeur - Paul VERLAINE

Il pleure dans mon coeur
Comme il pleut sur la ville ;
Quelle est cette langueur
Qui pénètre mon coeur ?

Ô bruit doux de la pluie
Par terre et sur les toits ! 
Pour un coeur qui s'ennuie,
Ô le chant de la pluie !

Il pleure sans raison
Dans ce coeur qui s'écoeure.
Quoi ! nulle trahison ?...
Ce deuil est sans raison.

C'est bien la pire peine
De ne savoir pourquoi
Sans amour et sans haine
Mon coeur a tant de peine!

domingo, 2 de outubro de 2011

O ROUXINOL - Paul Verlaine, in 'Poemas Saturnianos e Outros'

O ROUXINOL

Como inquietas aves num chinfrim,
As recordações caem sobre mim,
Nas folhas do meu coração, mirando
O dobrado tronco de fino estanho
Roxo da água do Arrependimento
Sempre a correr melancolicamente;
Abatem-se e, depois, o mau ruído
Que a húmida brisa acalma, ao subir,
Extingue-se na árvore, devagar,
E ao fim de um instante já não ouve nada,
A não ser a voz celebrando a Ausente,
Apenas a voz - tão enlanguescente! -
Da ave que foi o meu Primeiro Amor
E canta ainda como nessa hora;
E então, no esplendor triste de uma lua
A subir solene e pálida, uma
Noite de Verão soturna e tão pesada,
Cheia de silêncio e obscuridade,
Embala no ar, que o vento mal roça,
A árvore que treme e a ave que chora.


Paul Verlaine, in 'Poemas Saturnianos e Outros'