António Ramos Rosa
"Para quê as palavras?
Acaso serão elas necessárias
Ao mundo ou para nós?
A superfície do mundo
É tão compacta e plena que nem um só objecto
Pode deslocar-se ou perder o seu suporte
E para nós qual a diferença entre a página vazia
E a mancha caligráfica das ténues sílabas
Que talvez não sejam mais do que volúveis aranhas
Tecendo uma teia que cintila sobre o vazio?
Mas talvez as palavras nos ofereçam um solo
E um alento para inventar o espaço
E atrair a terra para a página
É porque nós precisamos aderir ao chão
que as palavras abrem a passagem para o começo do mundo”
"Para quê as palavras?
Acaso serão elas necessárias
Ao mundo ou para nós?
A superfície do mundo
É tão compacta e plena que nem um só objecto
Pode deslocar-se ou perder o seu suporte
E para nós qual a diferença entre a página vazia
E a mancha caligráfica das ténues sílabas
Que talvez não sejam mais do que volúveis aranhas
Tecendo uma teia que cintila sobre o vazio?
Mas talvez as palavras nos ofereçam um solo
E um alento para inventar o espaço
E atrair a terra para a página
É porque nós precisamos aderir ao chão
que as palavras abrem a passagem para o começo do mundo”
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente e deixe seu nome e e-mail, aguarde para receber a resposta, por favor. Agradeço sua participação. Abraço.