Há uma hora certa,
no meio da noite, uma hora morta,
em que a água dorme. (...)
Mas nem todas dormem, nessa hora
de torpor líquido e inocente.
Muitos hão de estar vigiando,
e chorando, a noite toda,
porque a água dos olhos
nunca tem sono.
no meio da noite, uma hora morta,
em que a água dorme. (...)
Mas nem todas dormem, nessa hora
de torpor líquido e inocente.
Muitos hão de estar vigiando,
e chorando, a noite toda,
porque a água dos olhos
nunca tem sono.
Guimarães Rosa
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