sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Carta a Manuel Bandeira, 1929 - por Mário de Andrade

Monólogo


Oh não! muito obrigado!
Pra depois outro e mais outro...
Basta o que me vai por dentro,
Amargo de alma de moço
Deste século safado.
Cigarro? Para que cigarro?
Basta Mussolini, Trotsky,
A Neoescolástica, Freud,
Crise, mulheres, cinema
E a p... que te pariu.
Não insista mais, ouviu?
Sou desgraçado. Não fumo.



O engraçado é que eu fumo e muito. Mas o poema é sinceríssimo.

Carta a Manuel Bandeira, 1929 - Mário de Andrade




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente e deixe seu nome e e-mail, aguarde para receber a resposta, por favor. Agradeço sua participação. Abraço.