sábado, 4 de fevereiro de 2012

Jorge Luis Borges

Onde estarão os séculos, onde o sonho
de espadas que os tártaros sonharam ,
onde os fortes muros que alhanaram , 
onde a Arvora de Adão e outro Lenho?
O presente está só. A memória 
erige o tempo. Sucessão e engano
é a rotina do relógio. O ano
não é menos vão que a vã história .
Entre a alva e a noite, de cuidados;
o rosto que se olha nos gastos
espelhos da noite não é o mesmo.
O hoje fugaz é tênue e é eterno;
Outro Céu não esperes, nem outro Inferno. 



BORGES

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