terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Gaston Bachelard

Que sempre existam almas 
para as quais o amor 
seja também o contato de duas poesias, 
a convergência de dois devaneios. 
O amor, enquanto amor, 
nunca termina de se exprimir
e exprime-se tanto melhor
quanto mais poeticamente
é sonhado.
Os devaneios de duas almas solitárias
preparam a magia de amar.
Um realista da paixão verá aí
apenas fórmulas evanescentes.
Mas não é menos verdade
que as grandes paixões
se preparam em grandes devaneios.
Mutilamos a realidade do amor
quando a separamos
de toda a sua irrealidade.

Gaston Bachelard

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