sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Eternidade - Jorge de Lima

Eternidade 
Jorge de Lima

Ele reviu-se:
Não era mais
Nem corpo
Nem sombra
Nem escombros.

Como foi isso?
Tudo irreal:
Um barco
Sem mar
A boiar.

Ele sentiu-se:
Recomeçava.
Vivera
Morrendo
Numa estrela.

Ele despiu-se
De quê
De tudo
Que amara.
Surdo-mudo
Cegara.
Agora vê.

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