sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Hermann Hesse

Desde a infância
me sopra uma voz que um dia
me prometera a bem-aventurança:
sem ela, a vida bem mais difícil seria.
Calada a sua magia,
fico sem luz,
vejo em redor a angústia e a escuridão;
mas volto a ouvir, em meio ao sofrimento
que fiz por merecer,
a doce voz da bem-aventurança
que mágoa ou culpa alguma estragaria.
Voz adorada,
luz da casa minha,
não tornes a apagar-te ,
não cerres mais teus olhos azuis
- pois o mundo depressa perderia
toda a sua aparência de carinho,
estrelas grandes e pequenas tombariam,
e eu estaria sozinho.
Hermann Hesse

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