quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Canção VI - por Ná Ozetti

Canção VI - poema de Hilda Hilst musicado por Zeca Baleiro
(Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé)


Três luas, Dionísio, não te vejo.
Três luas percorro a Casa, a minha,
E entre o pátio e a figueira
Converso e passeio com meus cães

E fingindo altivez digo à minha estrela
Essa que é inteira prata, dez mil sóis
Sirius pressaga

Que Ariana pode estar sozinha
Sem Dionísio, sem riqueza ou fama
Porque há dentro dela um sol maior:

Amor que se alimenta de uma chama
Movediça e lunada, mais luzente e alta

Quando tu, Dionísio, não estás.

(Poema de Hilda Hilst, musicado por Zeca Baleiro)

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