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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Alma Welt - por Guilherme de Faria

‎O sentido da Beleza é tão universal que podemos constatá-lo nos animais quando se exibem para o acasalamento, e também nas flores para os insetos polinizadores. Paradoxalmente, só amor distorce essa visão. Certamente para ampliá-la...
Alma Welt

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Haikai de Alma Welt

Belmiro de Almeida - 1858
















































Esta flor
abandono-a
sei-a bem de cor

Haikai de Alma Welt





publicado poe Eliana Mattos

sábado, 24 de dezembro de 2011

Alma Welt

Se não pudermos abrir o coração e contar tudo para um outro ser humano, um único que seja, teremos passado como uma ficção, uma sombra ou uma máscara dissimuladora... pela vida. Quanto a mim, escancarei o coração para o mundo nos meus versos, não me falseei, não me poupei, não me resguardei mesmo ao custo do despudor e, por vezes, do patético...Alma Welt

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Alma Welt - Livro de Sonetos, Rio Grande do Sul

PARADOXO
Que mais posso escrever? perguntaria,

Se preciso fosse achar assunto…
Mas aquilo que nascer precisaria
Virá à luz sem aquilo que pergunto

Pois tão imperioso é o poema

Que tantas vezes temo o que virá,
E o suspense que antecede o tema
É prazer, sofrimento e… Deus dará.

Aquilo que surgiu é verdadeiro

Pelo fato de estar no mundo agora
Como filho de alguém que foi embora,

E que é melhor nem saber o paradeiro.

Mas qual a fonte mesma deste verso
Que falhou em refletir meu universo?

A MOIRA
Ser prudente, modesta, equilibrada,

São coisas que nunca consegui;
Aceitar a pequenez como jornada
No mundo real em que me vi,

Jamais pude acatar e me rebelo

Somente por ser Alma e ignorar
Tudo o que mesmo não for belo
Ou que em beleza não possa transformar.

Meu consolo é que pouco desta vida

Não se pode em arte e graça revelar
Em sua bela imagem refletida.

Só a Moira me é ainda estranha

Como uma estrangeira em nosso lar
Que há muito se hospedou e não se banha…

ANTI-SONETO
Hoje decidi não escrever.

Sinto muito, não haverá soneto.
Não se trata de inspiração não ter,
Mas me faltou este quarteto.

O segundo me parece duvidoso:

É este que só quer aparecer.
Sem ter realmente o que dizer
Poderá criar um círculo vicioso.

Então me reduzi a um terceto:

O próximo, se este me resvale
E seja só um prólogo ou moteto.

Mas pensando bem, é melhor não:

Esta montanha é apenas o seu vale,
Ou uma torre que é só o rés do chão…

AMOR E ARTE (II)
Francamente eu preferia a Morte

Se na vida não mais houvesse Arte.
Sei que é radical e muito forte
Proclamá-lo aqui e em qualquer parte.

Mas Amor é básico e irradiante

E faz rodar a Terra no seu eixo,
O sol e outras estrelas, disse Dante,
(para citar il Vate no seu fecho)…

Se é a Arte que a vida nos sublima

Com as cores mais belas da paleta,
O Amor é quem pinta e ilumina,

Faz obra-prima de simples garatuja,

Cria um Iris em pincelada preta,*
E torna lindo o filho da coruja…

UM ETERNO RETORNO
Os vikings, germanos e outros mais,

Morrer só desejavam com bravura,
Assim como os antigos samurais,
Pra voltar à mesma senda e vida dura.

Assim também est’Alma louca aqui,

Cedo tomada pela arte da Poesia,
Bem cedo irei morrer em nostalgia
Desta vida que, escrevendo, revivi.

Embora alguns bem cheios de revolta,

Acredito que os poetas são divinos…
Mas Deus com suficiente à sua volta

Relança sobre a terra os mais sofridos

Pela saudade dos ventos e dos sinos.
E bá! Tome mais cantos e alaridos!

O MESMERISTA
Meu irmão convidou um jogador,

Seu colega aventureiro e “mesmerista”,
Que dizia anular qualquer pudor
Até de antiga freira ou normalista.

E que usara esse poder para vencer

No pôquer, o que quase lhe custara
A vida e mais um olho de sua cara
Retirado a canivete, sem tremer.

Mas a pedido dele em reservado,

Deixei caolho-rei dos fascinantes
Exercer o seu dom em pleno prado…

E voltei com o olhar esgazeado

Com passos abertos, claudicantes,
E o ar pleno e perdido das amantes…

A RISADA DA CAVEIRA
O estranho fato de existir a Morte

Só pode ser de Deus a brincadeira
De mau gosto, feia, um tanto forte.
Senão, vejam a risada da caveira:

Seu riso alvar, sarcástico, grotesco,

E o corpo estilizado de fantoche
Do mais puro estilo picaresco
De escultor chegado no deboche.

Também não dá pra gostar da fedentina

Do banquete dos vermes que outrora
Os poetas chamavam de vermina.

Perdoe-me o fiel que tanto reza,

Que acha tudo belo e tudo preza,
E não vê o absurdo sob a aurora…

DE POETAS E POESIA
Poetas somos poucos, não adianta

Dizerem que é qual serviço público
Ou que poeta almoça mas não janta,
Que hoje o leitor é tão abúlico…

A poesia não morreu, está presente

Nas letras das canções que o povo canta
E deixa n’alma a tal rara semente
Que morre, germina e logo encanta.

A Poesia está em tudo, é parceira

Do homem do povo no seu dia,
Que sem ela ninguém suportaria

Vir ao Hotel Mundo em dura estada

Ou nascer de cruel parto sem parteira,
Se não temos mais Queen Mab, nossa fada…

O VÍCIO DO SONETO

Sim, preciso afinal me confessar:

Estou mesma viciada no soneto,
E como em consultório não me meto,
Esse vício vai por certo me matar.

Pois já ando com lápis e bloquinho,

E até com o toco atrás da orelha,
Como o da padaria, lá, do Minho,
Pro verso que me dará na telha,

Pulando um riacho ou na campina,

A brincar com os infantes no jardim,
Até no leito, que não mais de menina,

Onde em ondas de múltiplos orgasmos

Me pego a ver tercetos dentro em mim,
E sílabas contar por entre espasmos…

A VIDA
A vida, meu amigo, é tão estranha

Que não fosse o risco de uma rima
Eu diria que é a teia de uma aranha
E no centro está aquela que dizima.

Ou então que a vida é uma aventura

Num trem fantasma de verdade
Em que os companheiros de tortura
Vão sumindo a cada feia novidade.

Ou ainda que a vida é uma trapaça

E que somos nós o trapaceiro
Vendedor de elixires de cachaça

Para nós e até para os amados

A quem amor juramos, verdadeiro,
Quando mal suportamos nossos Fados.

O SENTIDO DA VIDA
Viver é já por si um bom mistério

Sem resposta no plano da razão
E somente um suposto plano etéreo
Vem ainda alimentar nossa ilusão.

Pois se pensarmos muito no sentido

De estar aqui a comer e ver televisão,
Mesmo sendo um filme divertido,
Ou pior: americano e… de ação,

É pouco, muito pouco e fim de linha

Para uma caminhada tão sofrida,
Já que a humanidade assim caminha.

Mas ser poeta é encontrar o tempo todo

A beleza até na Morte, para a Vida,
A tal da flor a brotar em meio ao lodo…

O PACTO
A vida, meu amigo, não perdoa

O menor engano, erro ou deslize
E cobrará de modo que te doa
Seja aqui, em Paris ou em Belize.

Não poderás fugir pra Patagônia

Se na hora mesma da conquista
Trocares uma rosa por begônia,
E essa não for a flor bem quista.

E se pela atração de suas peles

Casares com um ser incompatível,
Acordo que nem sabes quando seles

E que o Tempo cobrará, embora lento,

Verás que os orgasmos de um momento
Se tornaram essa tua vida horrível…

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Alma Welt - por Guilherme de Faria

‎Sempre desconfiei da palavra "diversão". A arte verdadeira não é diversão, nem "entretenimento". As artes, todas, são formas de expressar nossa insatisfação, nossa perplexidade, nossa angústia e sobretudo nossa rebeldia diante do destino humano. "Mas... a beleza? " perguntarão." Para quê serve, então?" Ah! Essa é a suprema rebeldia, uma provocação, um arremedo da divindade em nós mesmos... 


Alma Welt

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Alma Welt, por Guilherme de Faria

‎O ódio inferioriza uma pessoa diante do odiado. Também o desprezo tem o mesmo efeito. Não odeies o odioso nem desprezes o desprezível. Isso é que é difícil, isso é que é admirável... (Alma Welt)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Amor e Paixão - Alma Welt

‎O amor foi confundido com a paixão até o começo do século XX. Somente em tempos recentes fazemos distinção entre estes dois sentimentos. Durante todo o período do Romantismo, do século XIII ao XIX, amor e paixão foram praticamente sinônimos em obras clássicas. Camões em seu famoso soneto sobre o amor, descreve essencialmente a paixão, em suas características mais dolorosas. A partir do começo do século passado, com a Psicanálise, começamos a distingüi-los, a estes dois gigantes da Alma... Carl Jung, por exemplo, dizia que quando um indivíduo se apaixona, projeta a sua própria anima no objeto de sua paixão, tornando-se incapaz de vê-lo tal qual ele é. Alma Welt

Alma Welt e Guilherme de Faria - Amor e paixão

‎O amor foi confundido com a paixão até o começo do século XX. Somente em tempos recentes fazemos distinção entre estes dois sentimentos. Durante todo o período do Romantismo, do século XIII ao XIX, amor e paixão foram praticamente sinônimos em obras clássicas. Camões em seu famoso soneto sobre o amor, descreve essencialmente a paixão, em suas características mais dolorosas. A partir do começo do século passado, com a Psicanálise, começamos a distingüi-los, a estes dois gigantes da Alma... Carl Jung, por exemplo, dizia que quando um indivíduo se apaixona, projeta a sua própria anima no objeto de sua paixão, tornando-se incapaz de vê-lo tal qual ele é. Alma Welt


Por isso, quando um indivíduo, homem ou mulher, se apaixona e descreve ou apresenta o objeto de seu "amor"' para os amigos, estes sorriem condescendentes, abanando as cabeças. Eles estão vendo uma pessoa completamente diferente, sem nenhuma daquelas "qualidades", principalmente a beleza... Guilherme de Faria

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O Realejo (de Alma Welt) 871

O Realejo (de Alma Welt)
871

Como agir, eu pergunto, o quê fazer?
O quê ser, o quê dizer, o quê pensar?
Dormir, sonhar, morrer e renascer
Para termos novamente o quê amar?

Ou crer, brincar de ser e se iludir,
E voltar a querer o que se quis...
Será a vida só a roda do devir?
Tudo é mistério no círculo de giz!

E minha dor é essa fonte desatada
Que me tem dado esse tanto que falar,
Que melhor fora sentir e recalcar...

Entretanto no poema me revejo,
Reencontro-me, guria, na calçada
Diante daquele Eterno Realejo...

(sem data)

sábado, 3 de setembro de 2011

Quase (de Alma Welt) 597

Quase (de Alma Welt)
597

Alguns de nós ficamos quase ricos,
Alguns, quase feliz
es, mas nem tanto;
Outros restamos quase invictos,
E houve um que quase virou santo.

De nós, de nosso grupo quase unido,
Houve os que quase foram pro Tibet,
E um de nós, que foi mais atrevido,
Quase foi pra Sibéria andando a pé.

Mas todos, quase todos, nos perdemos
De nossos sonhos perfeitos, de guri,
Que quase alguns de nós ainda temos.

Somente eu, que quase me cumpri,
Estou firme, quase, nesta estância,
Fiel ao quase-quase meu, da Infância...
09/01/2007

domingo, 28 de agosto de 2011

Alma Welt

Vai demorar ainda alguns séculos, mas o bem triunfará sobre o mal no nosso planeta. Como sei disso? Ah! A própria inteligência do homem aponta para o bem, pois todo o mal é uma espécie de estupidez. E a inteligência do homem está crescendo, apesar de tudo, pela imensa curiosidade que o move, que o faz aos poucos explorar áreas adormecidas do cérebro. A inteligência triunfará... 


(Alma Welt)

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A Verdade (de Alma Welt) 481

Nota
Fiquei pasma com este belíssimo soneto, e o achei profético, pois é realmente o que tem acontecido por aqui: Alma tem sido vista pelos peões e suas mulheres e filhas, tanto quanto por mim, acreditem vocês ou não. Seu espectro muito branco, translúcido, vaga pelo jardim, pelo pomar e pelas colinas, perdendo-se no bosque. Eu já o segui três vezes, e numa delas encontrei na praia da cascata, brilhando á luz da lua, o anel de prata de lenço de vaqueiro que serviu para a identificação de seu assassino. Mas isto é uma penosa história que fico devendo e contarei mais tarde aqui mesmo neste blog. (Lucia Welt)

A Verdade (de Alma Welt)
481

A Verdade a todos nos liberta,
Ou torna a mente bem mais leve,
Já dizia um velho bom profeta.
Mas fará mais longa a vida breve?

Encarar a Verdade em fundamento
Quase foi fatal a esta guria,
Pois a Morte, angústia-pensamento,
Cedo à consciência me irrompia.

A idéia de que possa ser o Nada
E a dissolução de todo o Ser
Atormenta cada rês desta manada.

A mim quase me fez desesperada,
Até o poeta em mim me prometer
Deixar-me ser em nova temporada...


(sem data)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Alma Welt

‎Nunca concordei com essa afirmação de que "o silêncio é de ouro". Quem escreve está falando, e, no mínimo, sem disfarces. O silêncio, ao contrário, pode ocultar o vazio e a ignorância. Não esqueçamos a figura do comendador Acácio, do Eça de Queirós, que sob reverente questionamento fazia com a mão um gesto vago, horizontal, que servia para tudo, e aos tolos deslumbrava...


Alma Welt

sábado, 21 de maio de 2011

Traum * - de Alma Welt

Traum * (de Alma Welt)

Não levantei meu punho contra a vida
Por um certo momento de desgraça *
Que não revelarei, por comovida,
Ou porque até mesmo um trauma passa...

Traum, essa palavra é só um sonho
Na língua de meu avô germânico
Que um olhar legou-me assim bisonho
Que me tem evitado maior pânico.

Então sonharei, eis minha proposta,
Tudo é sonho mesmo... O que é real?
Meu próprio corpo branco é a resposta

Malgrado dores, roxa e triste mancha
Que também se apagará, creio, afinal,
Coberta d’ouro e prata, dona Sancha... *


Nota
* Traum- "sonho" em alemão e "trauma" em português, ambos os termos derivam do grego Traûma= ferida.

*...momento de desgraça- Suponho que Alma se refere, com esse soneto, a um estupro que sofreu...

* Coberta d’ouro e prata, dona Sancha...- Alusão à antiga cantiga de roda infantil: "Senhora dona Sancha, coberta de ouro e prata / Descubra seu rosto, queremos ver sua cara..."
(Lucia Welt)

domingo, 17 de abril de 2011

Frase - Alma Welt

Somos autênticos quando nossas opiniões gestos e atitudes são fruto do nosso temperamento inato. Pessoas excessivamente educadas dificilmente são autênticas.
Por outro lado, reconheço que é difícil conviver com as pessoas muito autênticas.

Alma Welt







Fotografia Leonora Fink

sábado, 9 de abril de 2011

Amor, amores - Alma Welt

Amor, amores 

Coleciono amores com carinho
E nunca em pensamento os deserdei
Pois que ao respeitar o que amei
Não me perdi no meio do caminho.

Nenhum só jamais eu reneguei
Incluindo os que me foram infiéis,
Que do balanço d’alma só guardei
Um único amor em mil papéis.

Que importam faltas e fraqueza,
Os erros de pessoa e o sofrimento
Produzido por um doce sentimento?

O amor pouco deve ao ser amado,
Se ingênuo por mistério e natureza
Existe por que assim o quis o Fado.

Alma Welt

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O Amor (de Alma Welt)

O Amor (de Alma Welt)

Não ousarei dizer o que é o amor,
Como o fizeram em vão poetas vários,
Sendo que um deles, o maior, *
Definiu-o melhor pelos contrários.

Mas sei que o amor não é usura
Nem cobiça, desejo ou mesmo ciúmes.
Certamente não é simples loucura
E muito menos vive de queixumes.

Não vive da lembrança ou frustração,
Não nos causa pena o desastrado,
E nem imortaliza um coração...

Mas amor sustenta os moribundos
Até a tal chegada do esperado,
E assim vence a Morte por segundos... 

(sem data)

Nota (por Guilherme de Faria)
*... um deles, o maior- Como podem perceber, Alma se refere a Camões e o seu famoso soneto:" Amor é fogo que arde sem se ver/ É ferida que doi e não se sente"...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Alma Welt

‎As pessoas lerem algo que escreveste equivale a terem feito um momento de silêncio para ouvir o que tu dizes. No meio do imenso burburinho do mundo percebes a honra que te fazem, ó escritor? 


Alma Welt