segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

nobody, not even the rain, has such small hands | E.E.Cummings

nobody, not even the rain, has such small hands
E.E.Cummings

somewhere i have never traveled, gladly beyondany experience, your eyes have their silence: in your most frail gesture are things which enclose me, or which i cannot touch because they are too near

your slightest look easily will unclose methough i have closed myself as fingers, you open always petal by petal myself as Spring opens (touching skilfully, mysteriously) her first rose

or if your wish be to close me, i andmy life will shut very beautifully, suddenly, as when the heart of this flower imaginesthe snow carefully everywhere descending;

nothing which we are to perceive in this world equalsthe power of your intense fragility: whose texturecompels me with the colour of its countries, rendering death and forever with each breathing

(i do not know what it is about you that closesand opens; only something in me understandsthe voice of your eyes is deeper than all roses) nobody, not even the rain, has such small hands

E.E. Cummings


E.E Cummings

nalgum lugar em que eu nunca estive, alegremente além de qualquer experiência, teus olhos têm o seu silêncio: no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram, ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto

teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra embora eu tenha me fechado como dedos, nalgum lugar me abres sempre pétala por pétala como a Primavera abre (tocando sutilmente, misteriosamente) a sua primeira rosa

ou se quiseres me ver fechado, eu e minha vida nos fecharemos belamente, de repente, assim como o coração desta flor imagina a neve cuidadosamente descendo em toda a parte;

nada que eu possa perceber neste universo igual ao poder de tua imensa fragilidade: cuja textura compele-me com a cor de seus continentes, restituindo a morte e o sempre cada vez que respira

(não sei dizer o que há em ti que fecha e abre; só uma parte de mim compreende que a voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas) ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas


( tradução:  Augusto de Campos )

cena do filme Hannah and her sisters, de Woody Allen, onde aparece este poema de e.e. cummings

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